Agente relata falta de assistência psiquiátrica e apoio familiar ao jovem detido na mesma unidade de Hytalo Santos
Policial detalha a vida de Vaqueirinho no Presídio do Roger, destacando ausência de tratamento psiquiátrico e apoio familiar.
Policial penal detalha a vida de Vaqueirinho no Presídio do Roger
O policial penal Ed Alves, que atuava no Presídio do Roger na Paraíba, relatou com profundidade as condições em que vivia Gerson de Melo Machado, o “Vaqueirinho”. Segundo ele, a vida do jovem na prisão foi marcada por uma ausência significativa de assistência especializada, principalmente em saúde mental. Ed Alves destacou que a falta de acompanhamento psiquiátrico e a ausência de uma rede de apoio familiar contribuíram para a fragilidade da situação do jovem detido, que compartilhava a unidade com o também preso Hytalo Santos.
Ausência de cuidado psiquiátrico e quadro mental delicado de Vaqueirinho
Ed Alves explicou que Vaqueirinho apresentava um raciocínio comparável ao de uma criança de cinco anos, fato que exigia cuidados especiais para evitar crises e comportamentos descontrolados. Na prisão, o jovem não recebia acompanhamento psicológico, e o agente prisional apontou que, para manter a ordem, era recorrente o uso de pequenas trocas, como bombons, para acalmar o detento. Essa situação demonstra a carência de recursos adequados para garantir a integridade física e mental de indivíduos vulneráveis dentro do sistema penitenciário.
Falta de amparo familiar e social agrava vulnerabilidade do preso
Além da ausência de tratamento adequado, Ed Alves destacou a insuficiência do suporte familiar. A avó de Vaqueirinho declarou não possuir condições para cuidar do jovem, e o pai recusou-se a acolhê-lo, aumentando a vulnerabilidade social do detento. O agente ressaltou que essas circunstâncias dificultam a reintegração de pessoas em situações semelhantes à de Gerson de Melo Machado, cuja trajetória envolveu pequenos furtos e crimes de menor potencial ofensivo, que refletem mais uma condição de exclusão social do que uma propensão ao crime.
Contextualização do histórico e relato do policial sobre o incidente fatal
O policial enfatizou que sua intenção não foi romantizar os atos do jovem, mas sim apresentar o contexto de negligência que marcou sua vida. A morte de Vaqueirinho, vítima do ataque de uma leoa após invadir a jaula no zoológico do presídio, foi, segundo Ed Alves, um desfecho trágico dessa falta de assistência especializada. O caso gerou comoção e chama a atenção para a urgente necessidade de melhorias na abordagem e no tratamento de detentos com problemas mentais e sociais.
Implicações para o sistema prisional e proteção a presos vulneráveis
Este relato contribui para o debate sobre as condições do sistema prisional brasileiro, especialmente no que diz respeito ao acolhimento de pessoas com transtornos mentais e o papel das autoridades na garantia dos direitos humanos dentro das penitenciárias. A situação de Vaqueirinho evidencia falhas nas políticas públicas de saúde e assistência social, reforçando a necessidade de uma atuação mais integrada e humanizada para prevenir que casos parecidos resultem em tragédias.
Fonte: baccinoticias.com.br