Vale (VALE3): redução de capex é vista como positivo por Itaú BBA

Evento em Londres destaca novas projeções e foco na disciplina de capital da mineradora

Itaú BBA considera redução de capex pela Vale em evento em Londres um sinal positivo.

Eventos e projetos da Vale em destaque no Vale Day

O Itaú BBA avaliou como “levemente positivo” o conjunto de informações divulgadas pela Vale (VALE3) no Vale Day, realizado em Londres, nesta terça-feira (2). O evento marcou a apresentação da nova diretoria completa da mineradora e trouxe atualizações relevantes sobre a estratégia de investimento da companhia.

A Vale revisou suas projeções de capex, reduzindo as estimativas tanto para 2026 quanto para os anos seguintes. A expectativa agora é que a mineradora invista entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2026, um valor consideravelmente inferior ao que foi projetado anteriormente, que era de US$ 6,5 bilhões. Para 2027 e anos seguintes, a companhia planeja manter o capex abaixo de US$ 6 bilhões anuais, uma previsão alinhada com o modelo do Itaú BBA.

Desempenho e projeções de produção

Além da redução do capex, a Vale também atualizou suas metas de produção de minério de ferro. A nova expectativa é que a produção em 2026 fique entre 335 milhões e 345 milhões de toneladas, abaixo da faixa anterior de 340 milhões a 360 milhões. O Itaú BBA considera essa nova meta levemente abaixo de suas próprias previsões, o que indica uma maior cautela por parte da mineradora.

O custo unitário (C1) projetado para 2026, estimado entre US$ 20 e 21,5 por tonelada, superou as expectativas do banco, embora o custo all-in se mantenha em um patamar estável entre US$ 52 e 56 por tonelada, em linha com previsões anteriores. Para 2030, a meta de produção permanece fixada em 360 milhões de toneladas, refletindo um compromisso de longo prazo com a produção estável.

Produção de cobre e níquel: expectativas ajustadas

No que se refere aos metais básicos, o Itaú BBA destacou que as metas de produção da Vale estão amplamente em linha com as expectativas do mercado. Para 2026, a mineradora projeta uma produção de cobre entre 350 mil e 380 mil toneladas e de níquel entre 175 mil e 200 mil toneladas. Embora esta última meta esteja levemente abaixo da faixa anterior, ainda superou as estimativas do banco.

Os custos all-in de cobre esperados para 2026 caíram para uma faixa entre US$ 1.000 e 1.500 por tonelada, um número significativamente inferior à guidance anterior. No caso do níquel, a previsão foi ajustada para US$ 12.000 a 13.000 por tonelada. O Itaú BBA acredita que estas reduções refletem uma maior receita com subprodutos, corroborando as expectativas de que a mineradora está se ajustando a um cenário de mercado em constante evolução.

Reações do mercado e desempenho das ações

Embora parte dessas revisões já fosse esperada pelo mercado, o Itaú BBA acredita que o perfil mais “enxuto” da nova guidance pode gerar uma reação positiva por parte dos investidores. Por volta das 12h30, as ações da Vale apresentaram uma leve alta de 0,2%, sendo negociadas a R$ 68,02.

Nos primeiros nove meses do ano, a Vale alcançou um lucro líquido de US$ 6,2 bilhões. Recentemente, no dia 27, a companhia anunciou o pagamento de R$ 15,3 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio, demonstrando um comprometimento com a remuneração dos acionistas.

Em um cenário econômico em transformação, a Vale busca se adaptar às novas condições de mercado através de uma gestão financeira mais austera, o que, segundo o Itaú BBA, pode colocar a mineradora em uma posição vantajosa para o futuro.

Fonte: www.moneytimes.com.br

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