Com cancelamento da sabatina, o presidente Lula ganha fôlego para garantir aprovação de Jorge Messias no Supremo
Cancelamento da sabatina de Jorge Messias pelo Senado dá margem para Lula articular apoio entre senadores.
Decisão do STF e o papel de Alcolumbre na articulação política
Em 3 de dezembro de 2025, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, anunciou o cancelamento da sabatina de Jorge Messias, o advogado-geral da União, uma decisão que foi recebida como um alívio pelos governistas. Essa medida possibilita ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um tempo adicional para consolidar a base de apoio necessária para garantir a aprovação de Messias no Supremo Tribunal Federal (STF) em 2026.
Implicações do cancelamento da sabatina
A sabatina, que estava originalmente prevista para ocorrer no dia 10 de dezembro, estava cercada de controvérsias. Alcolumbre classificou a falta de envio da mensagem de indicação ao Congresso, uma praxe que deveria ter sido seguida, como uma “omissão grave e sem precedentes”. Ele expressou preocupações com a insegurança jurídica que essa situação poderia trazer, colocando em dúvida a legalidade de qualquer ação subsequente, incluindo a sabatina.
Alcolumbre observou que a ausência dessa mensagem poderia ser questionada judicialmente. Essa defesa de Alcolumbre sugere uma estratégia de pressão sobre o governo Lula, ao mesmo tempo em que sinaliza a necessidade de uma aproximação entre ambos os lados para evitar complicações judiciais e garantir a efetividade do processo legislativo.
O desafio de restaurar relações
Os governistas agora enfrentam o desafio de restabelecer relações com Alcolumbre, uma ação necessária para que Messias consiga apoio suficiente. O presidente do Senado parece ter feito movimentos que indicam uma preferência por Rodrigo Pacheco, senador do PSD de Minas Gerais, para a vaga no STF, o que aumenta a pressão sobre Lula.
Nos bastidores, a escolha de Messias por Lula, divulgada em 20 de novembro, foi vista como uma jogada para reverter a situação política adversa. No entanto, a manobra de Alcolumbre em adiantar a sabatina e pressionar o governo a agir rapidamente foi considerada por muitos como um tipo de obstrução.
O que vem a seguir para a articulação de Messias
Agora, com o tempo que ganhou, Lula deverá trabalhar para fortalecer a indisposição entre seus aliados e conseguir os votos necessários entre os senadores. Essa articulação é crucial, especialmente considerando o desejo de Alcolumbre de que um aliado seu ocupe a cadeira deixada por Luís Roberto Barroso. Se o governo não conseguir manobrar essa situação favoravelmente até a nova data da sabatina, as chances de aprovação do nome de Jorge Messias podem ser severamente comprometidas.
Em resumo, a decisão de Alcolumbre de cancelar a sabatina cria um espaço inesperado para a articulação política, oferecendo uma nova oportunidade para que o governo Lula busque apoio e construa uma base sólida para a aprovação de Messias no STF. O próximo capítulo dessa história será decisivo para a relação entre o Executivo e o Legislativo e para o futuro da composição do Supremo Tribunal Federal.


