Proposta poderá reverter normas impostas durante a administração Biden para veículos a gasolina
Trump deve anunciar nova proposta para relaxar padrões de eficiência de combustível, revertendo decisões da administração Biden.
Anúncio de Trump sobre padrões de eficiência de combustível
Na quarta-feira, 4 de outubro de 2023, o presidente Donald Trump está previsto para anunciar uma proposta que visa enfraquecer os padrões de eficiência de combustível para a indústria automobilística. A proposta, que deve ser divulgada durante um evento na Casa Branca, pretende relaxar a pressão regulatória sobre os montadores em relação à poluição gerada por veículos movidos a gasolina.
A nova norma proposta significaria uma redução significativa nos requisitos de economia de combustível, que determinam a eficiência dos novos veículos até o modelo de 2031. Fontes próximas à Casa Branca, que preferiram não ser identificadas, indicaram que mais detalhes serão revelados no evento. As avaliações cautelosas sobre a proposta refletem a intenção da administração em reverter políticas estabelecidas pela administração Biden, que incentivavam veículos mais limpos, incluindo os elétricos.
Implicações das mudanças propostas
Esta movimentação faz parte de uma série de ações da administração Trump para desfazer normas ambientais que ela considera excessivamente restritivas. A decisão de relaxar os padrões pode facilitar o acesso dos americanos a uma gama mais ampla de veículos movidos a gasolina, que, segundo os defensores da medida, são mais acessíveis para os consumidores. No entanto, críticos da proposta alertam que isso pode resultar em um aumento das emissões de gases de efeito estufa e agravar problemas ambientais já existentes.
O CEO da Ford, Jim Farley, elogiou a proposta, chamando-a de “uma vitória para os clientes e o bom senso”. Ele argumentou que a flexibilização dos padrões alinha a eficiência de combustível com as realidades do mercado, permitindo progresso em emissões de carbono e eficiência energética, ao mesmo tempo que mantém as opções disponíveis para os consumidores. Por outro lado, ambientalistas criticam a decisão, enfatizando que ela poderá agravar problemas relacionados ao uso de petróleo e às alterações climáticas.
Reação e contexto do cenário automobilístico
Desde que assumiu a presidência, Trump tem se concentrado em reverter várias regras estabelecidas por sua antecessora, incluindo a revogação de multas para montadoras que não cumprissem os padrões de eficiência e a suspensão de créditos para consumidores que adquirissem veículos elétricos. Sociedades e ONGs ambientalistas expressaram sua indignação, afirmando que essas mudanças comprometem a luta contra a crise climática e colocam os EUA em desvantagem na corrida tecnológica em relação a fabricantes estrangeiros.
As vendas de veículos elétricos representam aproximadamente 8% do total de vendas de novos veículos nos Estados Unidos, conforme dados de 2024 da Cox Automotive. Embora não existam políticas federais exigindo que as montadoras vendam veículos elétricos, alguns estados, como a Califórnia, implementaram regras exigindo que todos os novos veículos vendidos sejam zero-emissão até 2035. A administração Trump já bloqueou leis californianas que impunham tais requisitos.
O futuro dos padrões de eficiência
Com esse anúncio, as expectativas são altas em relação à capacidade da administração Trump de implementar rapidamente as mudanças nos padrões conhecidos como Corporate Average Fuel Economy (CAFE). A revisão das normas é vista como um passo decisivo que o secretário de Transporte, Sean Duffy, já havia solicitado desde que assumiu sua função. As diretrizes estabelecidas pela administração anterior previam um aumento progressivo nos padrões de eficiência, exigindo que os veículos alcançassem em média cerca de 50 milhas por galão até 2031. Com a nova proposta, a indústria automobilística pode ter mais liberdade para operar, mas as consequências a longo prazo para o meio ambiente e a saúde pública estão em discussão.
Ao longo dos anos, normas de eficiência foram implementadas desde a crise de energia dos anos 1970, e as montadoras gradualmente melhoraram a eficiência média de seus modelos. O que está em jogo agora é se esse progresso será revertido e quais serão os impactos no futuro da mobilidade e do meio ambiente.
Fonte: www.pbs.org


