Pesquisa revela que 46% da população teme mais os traficantes do que as milícias e a polícia

Levantamento mostra que 4 milhões de pessoas no RJ vivem sob o controle de facções criminosas, com altos índices de medo da população.

Facções criminosas no RJ e o controle sobre a população

Em um cenário alarmante, a pesquisa Datafolha revela que aproximadamente quatro milhões de pessoas na região metropolitana do Rio de Janeiro estão sob o controle de facções criminosas. Este número representa cerca de 25% da população do estado, que é estimada em 16 milhões de habitantes. Segundo os dados, a situação é ainda mais crítica nas áreas urbanas, onde o percentual de moradores afetados chega a quase 40%.

De acordo com o levantamento, a percepção de medo da população é significativa, com quase metade dos entrevistados (46%) afirmando que teme mais os traficantes do que as milícias (18%) e a polícia (6%). Essa dinâmica reflete uma reorganização no crime organizado, onde o Comando Vermelho (CV) avança territorialmente, enquanto as milícias parecem estar em recuo.

Dinâmica de poder entre facções

Outro ponto importante destacado pela pesquisa é a ascensão do Terceiro Comando Puro (TCP), que adota uma abordagem mais discreta em suas atividades, assemelhando-se ao estilo menos agressivo do PCC de São Paulo. Essa mudança no modus operandi representa um desafio adicional para as autoridades, já que o CV mantém um perfil mais bélico e propenso ao confronto direto.

Essa transformação no cenário do crime no RJ não ocorreu sem consequências. Autoridades de segurança afirmam que a pandemia e a restrição a operações policiais nas comunidades, determinada pela chamada “ADPF das Favelas”, podem ter contribuído para a expansão territorial dos grupos criminosos. A falta de ações efetivas em determinadas áreas durante períodos críticos permite que as facções solidifiquem seu domínio.

Estratégias das forças de segurança

Para enfrentar o crescimento das facções, as forças de segurança implementaram diversas operações contínuas. Entre elas, destaca-se a Operação “Contenção”, que se concentra em combater a expansão do Comando Vermelho, e a Operação “Torniquete”, voltada para asfixiar financeiramente as organizações criminosas. Já a Operação “Barricada Zero” visa remover as quase 14 mil barricadas identificadas em todo o estado.

O cenário complexo apresenta um desafio que requer uma coordenação eficaz entre as esferas federal, estadual e municipal do governo. A recuperação dos territórios dominados pelas facções demandará uma abordagem integrada e abrangente. O sucesso dessas operações é crucial para reduzir o impacto do crime organizado na vida dos cidadãos fluminenses.

Com informações de Rodrigo Viga, a situação nas comunidades do Rio de Janeiro continua a ser monitorada de perto, enquanto as forças de segurança se esforçam para retomar o controle das áreas afetadas pelo crime organizado.

Fonte: jovempan.com.br

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