Desempenho da economia com crescimento de apenas 0,1% gera reações na equipe econômica
O governo se manifesta sobre o PIB do terceiro trimestre, que ficou em 0,1%, abaixo das expectativas do mercado.
PIB abaixo da expectativa: desempenho frustrante para o governo
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, referente ao terceiro trimestre de 2025, registrou um crescimento de apenas 0,1%, um resultado que frustrou as expectativas tanto do governo quanto do mercado financeiro. O Ministério da Fazenda divulgou uma nota nesta quinta-feira (4/12) onde admite a insatisfação com o desempenho da economia, que ficou aquém da mediana das previsões que era de 0,2%. Embora o resultado não tenha sido o esperado, a equipe econômica manteve um tom otimista, mencionando que o “viés de revisão para o PIB de 2025 é de alta”.
Impactos da taxa de juros e projeções futuras
A nota informativa da Fazenda cita o impacto da taxa de juros elevada na atual situação econômica. Com a Selic em 15%, o governo argumenta que esse patamar está prejudicando o crescimento. A estimativa do Banco Central para o crescimento da atividade econômica em 2025 é de 2,0%, enquanto a Fazenda projeta uma expansão ainda mais otimista, de 2,2%. Por outro lado, o mercado financeiro aponta uma previsão de crescimento de 2,16%.
Setores produtivos e consumo das famílias
Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a agropecuária e a indústria tiveram crescimento de 0,4% e 0,8%, respectivamente. Em contrapartida, o setor de serviços, que possui o maior peso na economia, mostrou uma estabilidade preocupante com 0,1%. A Fazenda destacou que o consumo das famílias, crucial para o crescimento econômico, apresentou uma desaceleração significativa, passando de 1,8% no segundo trimestre para apenas 0,4% no terceiro. Essa queda no consumo é atribuída aos efeitos das políticas monetárias restritivas e ao desaquecimento dos mercados de trabalho e crédito.
Comparativo com trimestres anteriores
No análise do PIB em comparação ao trimestre anterior, destaca-se o seguinte:
- Agropecuária: 0,4%
- Indústria: 0,8%
- Serviços: 0,1%
- Formação Bruta de Capital Fixo (Investimentos): 0,9%
- Consumo das famílias: 0,1%
- Consumo do governo: 1,3%
- Exportações: 3,3%
- Importações: 0,3%
Este desempenho misto reflete a complexidade do cenário econômico brasileiro, evidenciando tanto avanços quanto desafios que precisam ser enfrentados nos próximos meses.
Conclusão
O governo, por meio de sua equipe econômica, se mostra atento aos sinais da economia e, apesar dos resultados abaixo do esperado, continua a projetar um crescimento positivo para o próximo ano. A revisão otimista da Fazenda pode indicar uma confiança em um cenário de recuperação, desde que sejam tomadas as medidas adequadas para estimular o crescimento econômico e mitigar os impactos negativos das taxas de juros elevadas.


