Cabeleireira condenada pede permissão ao STF para sair da prisão domiciliar
Débora do Batom, condenada pelos atos de 8 de janeiro, pede autorização para ir ao dentista.
Em um pedido formal, a cabeleireira Débora Rodrigues, conhecida como “Débora do Batom”, solicitou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorização para deixar a prisão domiciliar e realizar um tratamento odontológico. A solicitação ocorre em um contexto de vigilância intensa, uma vez que Débora foi condenada a 14 anos de prisão após sua participação nos atos ocorridos em 8 de janeiro, que culminaram na depredação de prédios públicos em Brasília.
Débora ganhou notoriedade por escrever a frase “Perdeu, mané” com seu batom em uma estátua da Justiça, em frente ao STF, durante os eventos de vandalismo. As acusações que pesam contra ela incluem crimes graves, como a abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa armada. Desde março, a cabeleireira cumpre pena em regime de prisão domiciliar, monitorada por uma tornozeleira eletrônica.
Violações e o estado de saúde de Débora
Recentemente, a situação de saúde de Débora se tornou um ponto de preocupação. Ela precisou ser levada às pressas a um hospital devido a uma infecção urinária, conforme relatado em documentos encaminhados ao STF. O deslocamento para a unidade hospitalar, no entanto, gerou uma violação das condições da sua prisão domiciliar, que restringe sua movimentação. No relatório, foi destacado que a monitorada erroneamente se afastou da área designada de sua residência.
O documento enviado ao ministro Moraes detalha que, no dia 3 de novembro de 2025, às 20h38, Débora infringiu as regras de monitoramento ao deixar a área domiciliar, permanecendo fora até o dia 4, às 03h07. Essa violação levanta questões sobre as permissões concedidas em situações de emergência e o tratamento que as autoridades estão dispostas a oferecer a indivíduos em situações semelhantes.
Repercussões do caso
A defesa de Débora, que já havia pedido perdão publicamente pela pichação da estátua do STF, argumenta que sua condição de saúde deve ser levada em consideração. Em declarações anteriores, ela afirmou que não compreendia a gravidade do ato no momento em que o cometeu e expressou arrependimento. O contexto de sua condenação traz à tona debates sobre a eficácia e a justiça das penas aplicadas a crimes de desobediência e vandalismo, especialmente em um cenário político polarizado.
A repercussão do pedido de Débora em relação à sua autorização para ir ao dentista é amplificada por críticas feitas por setores ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que utilizaram o caso como um exemplo nas suas críticas ao ministro Moraes e ao sistema judicial. A situação continua a ser acompanhada de perto, tanto por seus apoiadores quanto por seus opositores, que veem no desenrolar do caso uma oportunidade para discutir as falhas e acertos da Justiça brasileira.
Conclusão
O pedido de Débora do Batom para sair da prisão domiciliar e buscar tratamento dental não é apenas um clamor por cuidado médico, mas uma janela para discutir as nuances da aplicação da justiça em contextos de desobediência civil. O desfecho deste caso poderá influenciar futuras decisões sobre a concessão de liberdade a presos em situações similares, especialmente quando combinadas com questões de saúde. Como as autoridades responderão a este pedido e quais implicações ele poderá ter para o cenário judicial no Brasil, são perguntas que ainda estão em aberto.


