Conflito de décadas pode chegar ao fim com novos termos diplomáticos
RD do Congo e Ruanda assinam acordo de paz após quase três décadas de conflito.
Acordo de paz entre RD do Congo e Ruanda: um marco histórico
Na quinta-feira, 4 de dezembro de 2025, a República Democrática do Congo (RDC) e Ruanda assinaram um acordo de paz significativo, que pode abrir caminho para o fim de um dos conflitos mais longos da história africana. O evento ocorreu na Casa Branca, com a presença dos presidentes das duas nações, Felix Tshisekedi e Paul Kagame, e mediação do governo dos Estados Unidos e do Catar.
O acordo de paz culmina anos de tensões e hostilidades, iniciadas nos anos 90, quando o genocídio de Ruanda em 1994 levou a uma vasta migração de hutus para a RDC, gerando um cenário de conflito contínuo entre as etnias hutu e tutsi. Esta nova tentativa de pacificação também é acompanhada por pactos econômicos, que buscam promover a cooperação entre os dois países.
Termos do acordo: o que muda na prática?
Os termos do documento assinado incluem o retorno seguro de famílias deslocadas devido à guerra, o respeito à integridade territorial das duas nações, o fim das hostilidades, a libertação de prisioneiros e o acesso à ajuda humanitária. Tais medidas são essenciais para restaurar a confiança e estabilizar a região, que tem sofrido com a instabilidade por décadas.
Ainda assim, a eficácia deste acordo é uma incógnita. O grupo rebelde congolês M-23, que já havia assinado um tratado inicial em novembro, continua a ser um fator de instabilidade na RDC, levantando dúvidas se o acordo será capaz de realmente pôr fim ao conflito.
O papel dos EUA e do Catar na mediação
A mediação dos Estados Unidos e do Catar foi crucial para a realização deste acordo. O presidente Donald Trump recebeu os líderes na Casa Branca, simbolizando o apoio internacional à paz na região. A inclusão de termos econômicos também demonstra uma abordagem mais abrangente, que vai além da mera cessação das hostilidades, buscando um desenvolvimento conjunto.
A história por trás do conflito
A tensão entre RDC e Ruanda remonta ao genocídio de Ruanda em 1994, quando membros da etnia hutu, após a queda do regime, fugiram para a RDC. O surgimento do M-23, que se autodenomina defensor dos tutsis na RDC, adicionou uma nova camada de complexidade ao conflito. Apesar das negações do governo ruandense, há alegações de que ele tem apoiado o M-23, enviando tropas e recursos para a luta ao lado da organização.
Desafios futuros
O futuro do acordo de paz entre RD do Congo e Ruanda ainda está em aberto. Autoridades e analistas se perguntam se as promessas feitas serão cumpridas e se realmente haverá um endereçamento às causas profundas do conflito. O sucesso deste pacto depende não apenas da vontade política dos líderes, mas também da colaboração das comunidades afetadas, que devem ser parte ativa deste processo de paz.
Enquanto isso, a comunidade internacional observa atentamente, na esperança de que este possa ser um passo em direção à estabilidade duradoura na região central da África.
Fonte: www.metropoles.com


