Júri de réu por feminicídio é suspenso após aplausos da plateia a promotor

O julgamento de Diego Fonseca Borges foi cancelado em Jataí, Goiás, por supostas interferências na imparcialidade dos jurados.

O júri de Diego Fonseca Borges foi interrompido após a plateia aplaudir o promotor que o acusava.

Cancelamento do júri em Jataí por comportamento da plateia

O júri de Diego Fonseca Borges, réu no caso de feminicídio de Ielly Gabriele Alves, foi cancelado na manhã do dia 5 de dezembro de 2025, na cidade de Jataí, Goiás. O motivo da interrupção foi o aplauso da plateia ao promotor responsável pela acusação, o que gerou preocupação na defesa sobre a imparcialidade do julgamento. Os advogados de Diego argumentaram que tais manifestações poderiam contaminar o veredicto dos jurados.

Ielly Gabriele Alves foi assassinada em novembro de 2023, e o ato violento foi registrado em vídeo pela própria jovem, que estava em uma conversa descontraída com Diego no momento do crime. O vídeo capturou o instante em que ele disparou uma arma contra ela, resultando em sua morte. Esse trágico evento trouxe uma atenção significativa ao caso, tanto pela gravidade do ato quanto pelo fato de ter sido documentado.

Argumentos da defesa e do promotor

Os advogados de Diego, Mirelle Gonsalez Maciel e Rodrigo Lustosa, emitiram uma nota afirmando que o ambiente criado pelos aplausos comprometeu a serenidade necessária para um julgamento justo e imparcial. Eles destacaram que aguardam uma nova data para que o júri possa ser realizado sem tumultos. Por outro lado, o promotor responsável pela acusação tem base legal e social forte para sustentar a acusação de feminicídio, dado o histórico do caso e a natureza do crime.

A defesa sustenta que Diego prestou socorro à vítima após o incidente e que o vídeo gravado pode demonstrar essa intenção. Eles argumentam que o julgamento é uma oportunidade de comprovar que a morte de Ielly não foi intencional, mas um acidente, o que contrasta com as alegações de feminicídio.

O contexto do crime

A morte de Ielly Gabriele Alves ganhou destaque pela brutalidade e pela forma como ocorreu, em um contexto de crescente atenção ao feminicídio no Brasil. Estudos apontam que a violência contra a mulher continua a ser um grave problema social no país, e casos como este aumentam a urgência de discussões sobre feminicídio e a proteção das mulheres.

Diego Fonseca Borges, à época do crime, tinha 27 anos e foi preso em flagrante sob acusações de homicídio qualificado, que inclui elementos de traição e emboscada, conforme caracterizado pela legislação brasileira. O caso provoca discussões sobre a necessidade de um sistema judicial que assegure um julgamento verdadeiramente imparcial, além de uma sociedade que repense suas próprias práticas e normas relacionadas à violência de gênero.

Expectativas para o próximo julgamento

Diante da suspensão do júri, as expectativas agora giram em torno da definição de uma nova data para a realização do julgamento de Diego. Ambas as partes envolvidas esperam que o novo processo transcorra em um ambiente mais controlado, onde o foco possa ser voltado para os fatos do caso, sem influências externas que possam afetar a decisão dos jurados.

As repercussões deste caso podem ir além do tribunal, influenciando a percepção pública sobre feminicídio e a resposta institucional a esse tipo de crime. A sociedade observa atentamente os desdobramentos, ansiosa por justiça não apenas para Ielly, mas para todas as vítimas de violência de gênero.

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