Carlos Gouvêa, detido pelo ICE, terá que deixar os EUA após incidente próximo a sinagoga
O professor Carlos Gouvêa, de Harvard, foi preso após disparo de arma perto de sinagoga em Boston.
Professor brasileiro de Harvard preso após disparo de arma em Boston
Na quarta-feira (3/12), o professor de Direito Carlos Portugal Gouvêa, brasileiro de 43 anos, foi preso em Boston pelo Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE). A detenção se deu após um incidente no qual Gouvêa disparou com uma arma de chumbinho nas proximidades do templo judaico Beth Zion, em 2 de outubro, um dia antes do Yom Kippur, uma das datas mais sagradas para os judeus.
Detalhes do incidente e repercussões
Gouvêa foi inicialmente detido pela polícia, mas posteriormente liberado sob fiança. No dia do incidente, ele afirmou às autoridades que estava caçando ratos, o que levantou questionamentos sobre as intenções por trás do disparo. Após a conclusão do processo, o professor aceitou um acordo judicial, reconhecendo o uso da arma de chumbinho e tendo as demais acusações, como perturbação da paz e vandalismo, arquivadas. Como resultado desse acordo, Gouvêa terá que deixar os EUA voluntariamente, sem possibilidade de deportação.
Perfil acadêmico de Carlos Gouvêa
Carlos Gouvêa se formou em direito pela Universidade de São Paulo (USP) em 2001 e obteve o doutorado pela Universidade de Harvard em 2008. Em 2011, ele começou a ensinar na Harvard Law School. Além de sua atuação acadêmica, Gouvêa é o líder do Global Law Institute (IDGlobal), uma organização que realiza pesquisas significativas em justiça ambiental e direitos das comunidades indígenas e quilombolas no Brasil.
Contribuições e atuação no Brasil
Em sua trajetória, Gouvêa colaborou com o governo federal brasileiro, contribuindo para a elaboração de normas da Lei de Saneamento de 2020, que visa ampliar o acesso à água potável e ao tratamento de esgoto, buscando atender a metas ambiciosas até 2033. Essa atuação destaca não apenas sua expertise na área de direito, mas também seu compromisso com questões sociais e ambientais.
Reações ao caso
Após a detenção, líderes da sinagoga, Larry Kraus e Benjamin Maron, declararam que não havia indícios de motivação antissemitista no ato do professor. No entanto, a secretária do Departamento de Segurança Interna dos EUA, Tricia McLaughlin, descreveu o incidente como um “ato descarado e violento de antissemitismo”, o que gerou debates sobre a natureza da ação de Gouvêa.
Ademais, a discussão sobre segurança e conduta em locais sagrados deve ser abordada com seriedade, principalmente em um contexto onde atos de violência têm se tornado mais frequentes.
Reflexões e futuro
O incidente envolvendo o professor Carlos Gouvêa levanta questões sobre as consequências de ações impensadas e o impacto que elas podem ter na vida de indivíduos com histórias e trajetórias notáveis. A expectativa agora recai sobre o retorno de Gouvêa ao Brasil e sua continuidade na carreira acadêmica e de consultoria que tanto contribuiu para o avanço social e ambiental no país.
Fonte: www.metropoles.com
Fonte: colorida do professor Carlos Gouvêa


