Um panorama sobre os desafios enfrentados por mulheres no mercado musical brasileiro
A ausência de mulheres no Top 5 do Spotify em 2025 levanta importantes questões sobre o mercado musical.
Análise da ausência de mulheres no Spotify em 2025
Em uma surpreendente mudança, o Spotify Wrapped de 2025 não apresenta mulheres entre os cinco artistas mais ouvidos no Brasil. Este fato é a primeira ocorrência desde 2016 e levanta questões sobre a presença feminina no cenário musical. Dani Ribas, coordenadora da Abramus, alerta que “ser mulher no mercado musical é lutar constantemente”.
O impacto da história e da cultura na música
Historicamente, as mulheres têm enfrentado barreiras significativas no mercado de trabalho, e a música não é exceção. A análise dos dados do IBGE de 2022 revela que as mulheres dedicam 10 horas a mais em cuidados domésticos em relação aos homens, o que limita suas oportunidades financeiras e criativas. Essa situação é corroborada por Ribas, que observa que a predominância masculina no ranking de ouvintes é evidente.
O papel do algoritmo e a recomendação de música
Além das questões sociais, os algoritmos das plataformas de streaming influenciam diretamente a visibilidade dos artistas. Mesmo figuras populares como Marília Mendonça enfrentam desafios, com sua posição sendo afetada por vieses algorítmicos. Isso significa que, apesar de seu talento e popularidade, a exposição delas é constantemente minimizada, empurrando-as para baixo nas listas de sucesso.
A perda de ícones femininos e seu efeito na indústria
A morte de Marília Mendonça, um ícone do sertanejo, marcou um momento doloroso para a música feminina. A produtora musical Maboh sugere que o mercado sertanejo feminino está sentindo os efeitos dessa perda. Embora outros gêneros estejam reconhecendo e valorizando mulheres, como Liniker, a cultura do sertanejo e do funk muitas vezes traz letras que desvalorizam a figura feminina, limitando a ascensão de novas artistas.
O que o futuro reserva para as mulheres na música?
O cenário apresentado pelo ranking de 2025 é um chamado à ação. A ausência de mulheres entre os mais ouvidos mostra que ainda há um longo caminho a percorrer para garantir igualdade no setor. Especialistas destacam a necessidade de investimento em iniciativas que promovam a autonomia feminina na composição e na produção musical. Com nomes como Iza e Luedji Luna em ascensão, a esperança é que novas vozes continuem a desafiar as normas estabelecidas.
Reflexão final
A situação atual no Spotify Wrapped 2025 é um reflexo das lutas contínuas das mulheres na música. A necessidade de um ambiente mais inclusivo e justo é urgente. As vozes femininas têm o potencial de enriquecer ainda mais a indústria musical, e seu reconhecimento é essencial para um futuro mais equitativo.
Fonte: www.metropoles.com
Fonte: Arte/ Metrópoles


