Financiamento da soja em MT: revendas perdem espaço para tradings e bancos

Estudo do Imea revela mudança nas fontes de financiamento da safra 2025/26 em Mato Grosso

Revendas perdem participação no financiamento da safra de soja em MT, enquanto tradings e bancos avançam.

Financiamento da soja: revendas enfrentam desafios em Mato Grosso

Em um contexto de crise econômica, as revendas de insumos agrícolas em Mato Grosso enfrentam uma queda acentuada na participação do financiamento da safra 2025/26 de soja, o que representa um marco para o maior produtor de soja do Brasil. Segundo um estudo recente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a participação das revendas no custeio da safra caiu para 5,25%, uma diminuição de 6,20 pontos percentuais em relação à safra anterior. Essa deterioração é atribuída a um aumento das falências e pedidos de recuperação judicial no setor, além de uma menor capacidade de absorção de risco.

A ascensão de tradings e bancos no financiamento

Com a perda de espaço das revendas, alternativas privadas têm emergido como protagonistas no financiamento agrícola. As tradings e multinacionais agora respondem por 30,74% do custeio, refletindo um aumento de 1,89 ponto percentual em relação ao ano anterior. Essas entidades estão aproveitando sua robustez financeira e capacidade de gestão de risco para suprir a demanda de insumos a prazo, que vem crescendo na indústria.

Por outro lado, o sistema financeiro, que anteriormente era o principal financiador na safra passada, também viu um aumento relevante, agora representando 35,42% do financiamento da safra. Segundo o Imea, esse aumento é resultado da necessidade crescente de recursos, somado a restrições no mercado e juros elevados, que forçam os produtores a buscar por alternativas ao crédito tradicional.

Custos elevados e a participação do capital próprio

Com uma área estimada de 13,01 milhões de hectares de soja, o custo total para a safra deve alcançar R$ 54,39 bilhões, o que demonstra a pressão financeira enfrentada pelos produtores. O Imea também aponta que a participação do capital próprio no financiamento atingiu 23,51%, refletindo um aumento de 2,84 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Essa alteração, no entanto, não indica um cenário favorável, mas sim uma adaptação a um ambiente de crédito caro e escasso.

O superintendente do Imea, Cleiton Gauer, ressaltou que a maior utilização de recursos próprios pode ser um reflexo de operações lastreadas na produção da safra de 2024/25, destinadas à aquisição de insumos para a safra de 2025/26, evidenciando a complexidade da relação entre financiamento e produção.

Reação do setor e tendências futuras

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) também destacou a crescente dependência dos produtores em relação aos seus recursos próprios, uma tendência que pode se intensificar nos próximos anos. O desafio para os produtores de soja em Mato Grosso será encontrar formas de financiamento que reduzam os custos e garantam a sustentabilidade financeira diante de um mercado cada vez mais volátil. Portanto, o futuro do financiamento da soja em Mato Grosso dependerá de inovações e estratégias que possibilitem aumentar a competitividade sem comprometer a saúde financeira dos envolvidos.

Fonte: www.moneytimes.com.br

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