Zelensky pede apoio dos EUA e aliados para assegurar a realização do voto
Zelensky afirma que eleições na Ucrânia podem ocorrer em 60 a 90 dias se segurança for garantida.
Ucrânia pronta para eleições se segurança for garantida
A Ucrânia se diz “pronta para eleições”, conforme afirmou o presidente Volodymyr Zelensky. Este anúncio ocorre após comentários do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que insinuou que Kyiv estaria “utilizando a guerra” como desculpa para evitar realizar os pleitos. Zelensky, em sua declaração, enfatizou que a segurança é um ponto crucial para a realização das eleições e pediu apoio dos Estados Unidos e de aliados europeus.
O mandato de Zelensky como presidente termina em maio de 2024, mas as eleições estão suspensas desde a imposição da lei marcial após a invasão russa. Em uma coletiva de imprensa, o presidente ressaltou que as propostas para mudar a legislação eleitoral precisam ser preparadas e apresentadas. Ele acredita que, se a segurança for garantida, as eleições podem ocorrer dentro de 60 a 90 dias.
“Estou pedindo agora e afirmando isso abertamente: preciso da ajuda dos EUA e de nossos colegas europeus para garantir a segurança das eleições”, declarou Zelensky. Ele destacou que a questão das eleições deve ser determinada pelo povo ucraniano, respeitando a autonomia do país frente a influências externas.
Zelensky criticou as alegações de que ele estaria “segurando-se ao poder” e que a continuidade da guerra estaria atrelada a essa postura. Essas afirmações têm sido propagadas, inclusive, pela Rússia, que considera Zelensky um líder ilegítimo e exige novas eleições como condição para um possível cessar-fogo.
Desafios para a realização das eleições
Para que as eleições sejam justas, é crucial que todos os ucranianos tenham a oportunidade de votar, incluindo soldados que estão atualmente na linha de frente. A deputada da oposição, Lesia Vasylenko, destacou que “todas as pessoas da Ucrânia precisam ter o direito de votar” e mencionou que a realização de eleições em tempos de guerra é extremamente complexa, comparando a situação à suspensão de pleitos no Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial.
A discussão sobre as eleições tem ganhado destaque desde a invasão em larga escala da Rússia em 2022, mas tem sido amplamente rejeitada pelo governo ucraniano, pela oposição e pela população, que consideram que a unidade no esforço de guerra deve ser priorizada. Uma pesquisa do Instituto Internacional de Sociologia de Kyiv (KIIS) em março revelou que cerca de 78% da população se opõe à realização de eleições, mesmo após um eventual fechamento do conflito.
Hanna Shelest, analista de política externa do think tank Ukrainian Prism, ressaltou que, embora Zelensky tenha declarado estar preparado para eleições assim que as condições permitirem, a questão de como criar essas condições ainda permanece. Com cerca de um milhão de soldados e quatro milhões de refugiados que precisariam votar, além de áreas ainda inseguras no país e ataques em andamento, a segurança das seções eleitorais não pode ser garantida. “Você não pode assegurar a segurança das urnas”, ponderou.
Fonte: www.bbc.com
Fonte: Reuters


