Sistema de logística reversa demanda investimentos para evitar gargalos
A cadeia de suprimentos da reciclagem no Brasil enfrenta sérios desafios devido à falta de infraestrutura.
A crise na cadeia de suprimentos da reciclagem no Brasil
A cadeia de suprimentos da reciclagem no Brasil está enfrentando uma série de desafios críticos que podem comprometer sua efetividade. Com 13 sistemas de logística reversa em operação, o país está em um ponto de inflexão, conforme apontado pela diretora técnica de Gestão de Resíduos e Logística Reversa da Ambipar, Sabrina Andrade. Ela enfatiza que o sistema está prestes a atingir um gargalo total, o que pode ter repercussões significativas para o meio ambiente e a economia.
Necessidade de investimentos em educação ambiental
Andrade sugere que uma abordagem inicial para superar esses obstáculos envolve investimentos massivos em educação ambiental. Parcerias entre os setores público e privado são essenciais para ajudar a população a entender o valor da reciclagem, tanto do ponto de vista simbólico quanto monetário. Essa mudança de percepção é crucial para aumentar a participação da sociedade na coleta e separação de resíduos.
Inovação e incentivos fiscais para a reciclagem
Além de investir em educação, há uma crescente necessidade de inovação tecnológica. Andrade destaca a importância de desenvolver novas embalagens e processos que possam facilitar a reciclagem. Um novo regime de incentivos fiscais também é sugerido, visando desonerar a reciclagem de impostos que já foram aplicados quando o produto era fabricado. Essa mudança ajudaria a reduzir os custos operacionais das empresas envolvidas na reciclagem.
Apoio a cooperativas de reciclagem
Um dos pontos críticos levantados por Andrade é o apoio necessário às cooperativas e municípios que trabalham com coleta seletiva e logística reversa. Muitas dessas organizações ainda enfrentam desafios significativos, como a falta de infraestrutura adequada e a presença de lixões em diversas regiões do Brasil, especialmente no Norte e Nordeste. Essas áreas carecem de plantas recicladoras, o que eleva os custos de transporte para se levar materiais recicláveis ao Sudeste, onde a infraestrutura é mais desenvolvida.
Desafios regionais e oportunidades de emprego
As dificuldades enfrentadas nas regiões menos favorecidas não se limitam apenas à logística. Andrade observa que a falta de formalização das cooperativas de reciclagem impede que muitos trabalhadores tenham acesso a direitos básicos e programas de apoio. Assim, há um imenso potencial para investimentos que não apenas melhorariam a cadeia de suprimentos da reciclagem, mas também gerariam empregos e renda para as populações locais.
Conclusão: um caminho a seguir para a sustentabilidade
Portanto, para que a cadeia de suprimentos da reciclagem no Brasil não chegue ao limite, é imperativo que ações coordenadas sejam implementadas. O governo federal e as iniciativas privadas devem trabalhar em conjunto para promover uma economia circular mais robusta, que beneficie o meio ambiente e a sociedade como um todo. O futuro da reciclagem no Brasil depende de um esforço coletivo para superar os desafios atuais e criar soluções sustentáveis e duradouras.
