A ofensiva forçou milhares a fugirem para Burundi, enquanto habitantes temem por suas vidas.
A ofensiva dos rebeldes M23 em Uvira gera temor e desloca milhares de pessoas.
Rebeldes M23 ameaçam a cidade de Uvira
Sporádicos disparos e explosões têm sido registrados na cidade de Uvira, na República Democrática do Congo, onde os rebeldes do M23 estão avançando para essa que é a última cidade controlada pelo governo na região. O avanço forçou milhares de pessoas a fugirem para Burundi, onde a situação humanitária se agrava a cada dia. A iniciativa de paz mediada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, entre o presidente congolês Félix Tshisekedi e o presidente de Ruanda, Paul Kagame, parece ter pouco efeito na realidade local.
A situação alarmante em Uvira
De acordo com informações de moradores e fontes militares, soldados do governo estão se retirando diante do ataque, enquanto os habitantes da cidade estão encerrados em suas casas, temendo pela segurança. Vários estabelecimentos comerciais e escolas fecharam suas portas, e há relatos de que os rebeldes estão patrulhando as ruas sob a escuridão da noite.
O governador da província de Sud-Kivu, Jean-Jacques Purusi, tentou acalmar a população, chamando de “rumores infundados” as alegações de que os rebeldes haviam tomado a cidade. No entanto, a realidade é bem mais caótica, com testemunhas relatando bombardeios e uma sensação de desamparo.
O impacto do deslocamento forçado
Com a intensificação dos conflitos, mais de 200 mil pessoas já fugiram de suas casas na região desde o início do mês, de acordo com as Nações Unidas. Os relatos indicam que pelo menos 74 pessoas foram mortas, a maioria civis, e outras 83 estão internadas em hospitais devido a ferimentos. O fluxo de refugiados tem aumentado, com mais de 8 mil entradas registradas nos últimos dias em Burundi, mostrando a gravidade da situação.
A comunidade internacional e as acusações contra Ruanda
A comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia, expressou profunda preocupação com o conflito, acusando Ruanda de apoiar os rebeldes. Em resposta, Ruanda negou qualquer envolvimento e acusou o governo congolês e seus aliados de violarem os acordos de cessar-fogo. O grande número de grupos armados que competem pelo controle na região intensificam a complexidade do conflito, que já dura mais de 30 anos.
Perspectivas futuras e a luta por controle
A batalha por Uvira ocorre quase um ano após a M23 ter tomado as cidades de Goma e Bukavu, destacando a continuidade da luta pelo domínio em uma área rica em recursos minerais. Tshisekedi, em um pronunciamento, acusou Ruanda de violar deliberadamente o acordo de paz, afirmando que o conflito é uma guerra por procuração que ameaça a soberania do Congo.
Enquanto isso, os esforços para resolver a situação continuam, com a M23 em negociações separadas com o governo congolês, mediadas por Catar. Entretanto, o futuro da região permanece incerto, com a violência atual colocando em risco não apenas a segurança local, mas também a estabilidade de toda a região da África Central.
Fonte: www.bbc.com
Fonte: AFP via Getty Images


