Preços das locações de imóveis subiram, em média, 9,49% no Brasil, mas em algumas capitais esse índice chega perto de 20% de acréscimo
O mercado imobiliário vem passando por mudanças, estimulado pelas novas regras dos programas habitacionais do Governo Federal e, também, pelo aumento significativo no valor dos aluguéis. Segundo o relatório FineZAP Index, houve um acréscimo de 9,49%, em média, nos preços das locações. Com isso, os benefícios oferecidos pelo programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) e as alternativas de financiamento voltaram a atrair os interessados em adquirir a casa própria.
O aumento do preço dos aluguéis já pode ser visto em algumas capitas. Cidades como Goiânia, Florianópolis e Salvador foram as que mais sentiram os impactos desse aumento, registrando altas de 19,55%, 18,6% e 15,26%, respectivamente. Esse cenário também é agravado pela regulamentação da reforma tributária, que introduziu novas regras, com uma tarifa diferenciada para o setor imobiliário.
Paulo Antonio Kucher, vice-presidente comercial da Lyx Participações e Empreendimentos, incorporadora que atende ao segmento MCMV, destaca que, historicamente, esse cenário costuma ser um fator decisivo para quem procura imóveis residenciais. “Para muitos brasileiros, o aumento nos preços dos aluguéis costuma ser o empurrão que faltava para considerar o financiamento da casa própria,” afirma.
Além disso, o vice-presidente aponta que, com o valor utilizado para pagar um aluguel, é possível financiar um imóvel que se será incorporado ao patrimônio familiar. “Investir em um imóvel não só oferece a segurança de ter uma casa própria, mas a sua valorização contribui diretamente para o aumento do patrimônio líquido”, salienta Kucher.
Atualmente, o Brasil conta com cerca de 7 milhões de contratos ativos de financiamento habitacional, que são impulsionados pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e pelo Sistema Financeiro Imobiliário (SFI). Em 2022, foram realizados mais de 1,2 milhão de novos financiamentos, totalizando aproximadamente R$ 263 bilhões. A Caixa Econômica Federal é responsável por cerca de 70% desses contratos.
Além disso, há um cenário mais otimista para a aquisição de imóveis, com a expectativa de que o aumento dos preços desacelere em 2024. De acordo com dados publicados pelo DataZap, os preços dos imóveis devem continuar a subir, embora de forma mais moderada em comparação com os anos anteriores. Espera-se um aumento médio de 4% a 6% ao longo do ano. As vendas também devem crescer, impulsionadas principalmente pela queda nas taxas de juros, que deve tornar os financiamentos imobiliários mais acessíveis e atrair tanto compradores locais quanto investidores estrangeiros.
Kucher afirma que a tendência de preços mais estáveis pode ser uma oportunidade para quem está pensando em comprar um imóvel. No entanto, é necessário que as famílias analisem cuidadosamente sua situação financeira e suas metas a longo prazo antes de tomar uma decisão. “O planejamento financeiro é essencial. O ideal é que a parcela do financiamento não ultrapasse 30% da renda familiar, garantindo que a família possa lidar com outras despesas e imprevistos sem comprometer a qualidade de vida”, informa.