Movimento visa desafiar regulações locais, mas pode enfrentar limitações legais
A ordem executiva de Trump visa desconsiderar leis estaduais sobre IA, mas pode ser contestada judicialmente.
Ordem executiva sobre IA desafia regulações estaduais
Em um movimento controverso, a administração Trump lançou uma nova ordem executiva, assinada em 11 de dezembro de 2025, que tem como objetivo desafiar as leis estaduais sobre inteligência artificial (IA). A ordem estabelece um “AI Litigation Task Force” dentro do Departamento de Justiça, encarregado de processar estados que adotem legislações que a administração considera excessivas.
As declarações de Trump exemplificam sua abordagem: “Precisamos estar unidos. A China está unificada porque tem um voto, que é o do presidente Xi. Ele diz para fazer, e isso é tudo.” A ordem também instrui o Secretário de Comércio, Howard Lutnick, a explorar a possibilidade de reter fundos federais de banda larga rural para estados que adotem legislações desfavoráveis à IA.
Críticas e desafios legais
A ordem executiva foi recebida com resistência, até mesmo entre certos apoiadores de Trump. Organizações conservadoras, que compõem um esforço bipartidário para proteger crianças dos riscos da IA, expressaram descontentamento. Michael Toscano, diretor da Family First Technology Initiative, comentou que essa é uma grande oportunidade perdida para o presidente liderar um debate mais inclusivo dentro do Partido Republicano.
Adam Billen, vice-presidente da Encode, uma ONG focada na segurança infantil e nas ameaças da IA, ressaltou que, mesmo que a ordem seja revertida, o impacto negativo sobre a disposição dos estados em proteger seus residentes será significativo. “O objetivo é criar uma incerteza legal maciça e áreas cinzentas que proporcionam liberdade para as empresas agirem”, afirmou.
Legislação federal e a posição do Congresso
Embora o Congresso esteja estagnado na regulamentação da IA, vários estados já implementaram leis que proíbem a criação de imagens nuas não consensuais usando tecnologia de IA e que exigem a divulgação do uso de IA por agências governamentais e empresas. O governo Trump defende a redução da regulamentação da IA, argumentando que a concorrência com a China exige menos restrições.
No entanto, a legalidade da nova ordem executiva está sendo questionada. Especialistas em política de tecnologia alertam que a administração não tem o poder de restringir a regulamentação estadual sem que o Congresso aprove uma nova legislação. O diretor legal do Public Knowledge, John Bergmayer, enfatizou que a tentativa de evitar o Congresso pode não ter base legal.
A divisão no Partido Republicano
As reações à ordem executiva mostraram uma divisão crescente entre os republicanos. Enquanto alguns, como Sen. Ted Cruz e outros aliados da indústria, apoiam a iniciativa, outros se opõem, com governadores de vários estados expressando descontentamento. O governador da Flórida, Ron DeSantis, afirmou que uma ordem executiva não pode anular ações legislativas estaduais, e que apenas o Congresso pode, teoricamente, fazer isso através de legislação.
A questão da IA e sua regulamentação continua a ser um tópico polarizador no cenário político atual, refletindo as tensões entre a necessidade de inovação e a proteção dos cidadãos.
Fonte: www.npr.org
Fonte: s hide caption toggle caption Alex Wroblewski/AFP via Getty Images


