Crescente intensidade desses eventos levanta discussões sobre mudanças climáticas
Ciclones e tornados estão se tornando cada vez mais intensos no Brasil, gerando grandes estragos.
Os ciclones e tornados têm se tornado cada vez mais frequentes e intensos no Brasil, como evidenciado por eventos recentes que afetaram diversas regiões do país. Em 9 de dezembro, a passagem de um tornado em Flores da Cunha (RS), a 145 quilômetros de Porto Alegre, causou destruições significativas, com ventos superiores a 100 km/h. Esses eventos estão levantando questões relevantes sobre as causas por trás de sua crescente intensidade.
Intensificação dos ciclones: um fenômeno a ser observado
O Brasil vem registrando um aumento na severidade dos ciclones extratropicais. De acordo com meteorologistas, a frequência desses fenômenos não está necessariamente aumentando, mas sim a intensidade, resultando em impactos mais severos. No estado de Santa Catarina, por exemplo, a previsão é de que dois ciclones atinjam a região, com ventos que podem chegar a 100 km/h.
Marcelo Seluchi, meteorologista do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ressalta que, embora os ciclones sejam comuns, as condições climáticas atuais têm gerado ciclones mais intensos, principalmente devido ao aumento da umidade no ar, consequência direta das mudanças climáticas.
A relação com as mudanças climáticas
Os ciclones necessitam de grandes volumes de umidade para se formar e intensificar. O aumento da temperatura dos oceanos e da atmosfera está, portanto, contribuindo para que esses eventos sejam mais destrutivos. Para Seluchi, isso traz à tona a importância de adaptar as políticas de gestão de desastres às novas realidades climáticas. “Os ventos fortes e as chuvas intensas são características dos ciclones, e se eles se tornam mais potentes, isso aumenta o impacto nas áreas afetadas”, explica.
Tornados: um fenômeno menos compreendido
Embora os tornados sejam menos frequentes em comparação com os ciclones, o seu potencial destrutivo é extremo. Segundo Seluchi, a falta de dados históricos confiáveis dificulta a análise precisa da frequência de tornados no Brasil. Estes fenômenos duram poucos minutos e, por essa brevidade, muitos eventos podem não ter sido registrados no passado. A formação de tornados ocorre a partir de supercélulas, nuvens de tempestade com grande desenvolvimento vertical, que criam as condições para a formação de colunas de ar em rotação.
Preparação e resposta a desastres naturais
Diante da intensificação desses fenômenos climáticos, é crucial que as autoridades e a população estejam preparadas. O trabalho de limpeza e recuperação nas áreas atingidas, como visto em Rio Bonito do Iguaçu (PR), onde 90% das moradias foram danificadas, é um exemplo das consequências severas que podem ocorrer. A capacidade de resposta rápida das defesas civis e a conscientização da população são fundamentais para mitigar os danos.
Conclusão
Os ciclones e tornados estão se tornando fenômenos climáticos cada vez mais severos no Brasil, exigindo um reequipamento das práticas de gestão de riscos e desastres. À medida que os cientistas continuam a explorar a ligação entre esses eventos e as mudanças climáticas, uma coisa é certa: a população deve estar ciente e pronta para lidar com as novas realidades do clima em um mundo em transformação.



