A primeira leva de refugiados climáticos de Tuvalu chega à Austrália devido à elevação do nível do mar.
Primeiros refugiados climáticos de Tuvalu chegam à Austrália com visto especial para escapar da elevação do nível do mar.
Refugiados climáticos: um novo capítulo na história da Austrália
Em 12 de dezembro de 2025, a Austrália deu um passo significativo ao receber a primeira leva de refugiados climáticos de Tuvalu, uma pequena nação insular no Pacífico ameaçada pela elevação do nível do mar. Essa movimentação faz parte de um acordo de migração firmado há dois anos entre os dois países, com o intuito de oferecer abrigo a pessoas que enfrentam as consequências devastadoras das mudanças climáticas.
Ao menos um terço da população de Tuvalu, que conta com cerca de 11 mil habitantes, manifestou o desejo de migrar para a Austrália, visando escapar dos efeitos adversos das mudanças climáticas. Com um limite de 280 vistos anuais estabelecido para evitar a perda de mão de obra qualificada, trata-se de uma oportunidade vital para os tuvaluanos que buscam um futuro melhor.
A realidade de Tuvalu e a urgência da migração
Tuvalu, composto por atóis baixos, enfrenta riscos extremos com o avanço das águas do mar. Em mensagens simbólicas, como a do ex-ministro Simon Kofe na COP26, a urgência da ação é evidente. Ele destacou o local onde se encontrava, com água até os joelhos, para alertar o mundo sobre a realidade que seu país enfrenta. Essa abordagem demonstrou o desejo de Tuvalu de agir antes que fosse tarde demais.
A Austrália, respondendo a essa crise, instituiu o chamado “visto climático”, permitindo que os migrantes tenham uma oportunidade de vida digna em outro país antes que suas terras natal sejam submersas. Para os tuvaluanos, isso significa não apenas segurança física, mas também a chance de preservar seus laços culturais e espirituais.
Impacto nas comunidades australianas
Entre os novos migrantes está Manipua Puafolau, que chegou à Austrália há duas semanas. Ele, um pastor em formação, estabeleceu-se em Naracoorte, na Austrália do Sul, onde muitos outros ilhéus do Pacífico já trabalham. “Não se trata apenas de bem-estar físico, mas também de orientação espiritual”, afirmou Puafolau sobre sua decisão de fazer a transição.
O primeiro-ministro de Tuvalu, Feleti Teo, também fez uma visita à comunidade tuvaluana na Austrália, enfatizando a importância de manter os laços culturais e fortalecer os vínculos entre os migrantes e seu país de origem.
Projeções e desafios futuros
Cientistas, incluindo especialistas da NASA, apontam que metade do atol principal de Funafuti, onde reside a maioria dos habitantes, pode estar submersa até 2050, se as tendências de elevação do nível do mar continuarem. Com as condições de vida se deteriorando rapidamente, a migração para a Austrália se torna uma questão de sobrevivência.
A ministra das Relações Exteriores da Austrália, Penny Wong, declarou que esses migrantes climáticos contribuirão significativamente para a sociedade australiana. O país está estabelecendo serviços de apoio para facilitar a adaptação e integração dos recém-chegados, garantindo que possam se estabelecer e prosperar em suas novas comunidades.
O futuro dos refugiados climáticos
Com uma história de resiliência e adaptação, os tuvaluanos que chegam à Austrália são um exemplo de como a migração pode oferecer uma nova vida sob condições adversas. As experiências de indivíduos como Kitai Haulapi e a dentista Masina Matolu ressaltam a diversidade de histórias e esperanças que esses migrantes trazem consigo.
Conforme o mundo enfrenta os impactos das mudanças climáticas, a experiência da Austrália com refugiados climáticos pode servir como um modelo para outros países lidarem com as consequências das crises ambientais que afetam a vida de milhões ao redor do globo.
Fonte: www.metropoles.com
Fonte: Andrew Merry/Getty Images



