Vantagens da exportação de carne processada são destacadas por especialistas

Câmara dos Deputados

Análise sobre os benefícios econômicos e ambientais da mudança no sistema de exportação envolvendo carne bovina

Especialistas discutem os benefícios da exportação de carne processada em audiência pública, abordando empregos e riscos sanitários.

Exportação de carne processada: um caminho para novos empregos

Em audiência pública na Câmara dos Deputados realizada no dia 11 de dezembro de 2025, especialistas afirmaram que a exportação de carne processada, ao invés de animais vivos, apresenta vantagens significativas para o Brasil. Os participantes apontaram que essa mudança pode não apenas aumentar a arrecadação tributária, mas também gerar até 2 mil novos empregos formais, conforme estudo apresentado pela professora Maira Luiza Spanholi, da Universidade Federal do Mato Grosso.

Durante o debate, foi enfatizado que a exportação de carne processada pode trazer ganhos econômicos substanciais. “Ao priorizar o produto processado, o país obtém ganhos econômicos, maior geração de empregos e menor impacto sobre os animais”, afirmou a professora. Os especialistas também alertaram sobre os riscos associados ao transporte de gado, que ocorre frequentemente em condições inadequadas, impactando a saúde dos trabalhadores e a segurança das comunidades ao redor dos portos.

Riscos sanitários e condições de transporte inadequadas

A diretora técnica do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, Vania Plaza Nunes, chamou atenção para as condições de transporte no Brasil. Apenas três portos operam atualmente na exportação de gado, o que exige longos deslocamentos por rodovias. Ela destacou que muitos animais chegam ao porto em condições que comprometem seu bem-estar físico e mental.

Durante a viagem marítima, os animais enfrentam diversos estresses como ventos fortes e instabilidade das embarcações, que podem levar a ferimentos e à proliferação de doenças. Os debatedores mencionaram ainda que a média de um veterinário para cada 2,7 mil animais durante essas viagens não é suficiente para garantir a segurança e a saúde dos animais transportados.

Comparativo com a exportação de carne processada

Os especialistas ressaltaram que a exportação de carne processada poderia evitar os riscos envolvidos no transporte de animais vivos. O diretor de Relações Governamentais da Mercy For Animals, George Sturaro, fez um alerta sobre a idade média dos navios usados para o transporte, que chega a 39 anos, muitos dos quais são considerados navios-sucata. Ele citou um incidente ocorrido em 2015, quando o navio Haidar afundou, resultando na morte de milhares de animais e contaminação nas águas de Belém.

Além disso, a Índia já implementou restrições à exportação marítima de animais, o que resultou em um aumento significativo na exportação de carne processada. Esses exemplos internacionais demonstram que a transição para a carne processada pode ser viável e benéfica.

A necessidade de uma reformulação das políticas de exportação

A diretora de Proteção, Defesa e Direitos Animais do Ministério do Meio Ambiente, Vanessa Negrini, ressaltou a importância de reavaliar as regras de exportação de carne. Ela defendeu que a Câmara de Comércio Exterior (Camex) deve revisar estratégias e tarifas relacionadas. “Um novo contrato ético para os animais é necessário”, afirmou.

O projeto de lei 2627/25, apresentado pela deputada Duda Salabert, visa criar o Programa para a Redução Progressiva da Exportação de Animais Vivos para Abate. A parlamentar planeja reuniões com a ministra Marina Silva e solicita a presença do ministro Carlos Fávaro para discutir os impactos desse modelo de exportação.

Conclusão

A audiência pública na Câmara dos Deputados sobre a exportação de carne processada destaca a necessidade de uma mudança significativa nas políticas de exportação de carne no Brasil. Com a potencial geração de empregos e a mitigação de riscos sanitários, a transição para a carne processada pode oferecer uma solução mais ética e econômica para o país.

Fonte: www.camara.leg.br

Fonte: Câmara dos Deputados

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