Uma história linda de aprendizado e escuta

Há médicos que acumulam títulos. Outros acumulam técnicas. E há aqueles mais raros que acumulam histórias — não como vaidade, mas como matéria-prima do próprio olhar clínico. A Dra. Simone Teixeira da Silva Ramos pertence claramente a este último grupo. Sua trajetória não é linear, nem previsível, e talvez por isso seja tão coerente. Porque a coerência verdadeira não nasce da repetição, mas da coragem de mudar quando o corpo e a alma pedem outra direção.

Nascida em Belém do Pará, Simone cresceu em um ambiente onde o trabalho, a disciplina e o respeito pela história familiar não eram conceitos abstratos, mas valores cotidianos. Antes mesmo de vestir um jaleco, conheceu o rigor do ballet clássico — arte que exige precisão, silêncio, resistência e entrega. Não é irrelevante que sua primeira formação tenha sido corporal antes de ser científica. O ballet educa para a escuta do próprio limite, algo que poucos médicos aprendem na universidade.

A medicina entrou cedo em sua vida, não como imposição, mas como desejo. Aos 22 anos, formava-se pela Universidade Estadual do Pará, idade em que muitos ainda estão tentando entender o que querem ser. Simone já sabia: queria cuidar. E cuidar, para ela, nunca foi sinônimo de pressa. A decisão de ir para São Paulo, enfrentar a dureza da residência em clínica médica e nefrologia, revela não apenas ambição técnica, mas capacidade de sustentar escolhas difíceis.

Mas há um momento decisivo em toda trajetória madura: aquele em que se reconhece que competência não basta quando o sentido se perde. Após anos na nefrologia, Simone fez algo que poucos têm coragem de fazer: escutou o próprio incômodo. Percebeu que aquela prática, embora tecnicamente sólida, já não dialogava com sua forma de enxergar o cuidado. E, em vez de se acomodar, mudou.

Foi no Rio de Janeiro, na Santa Casa da Misericórdia, sob a orientação do professor Azulay — nome reconhecido internacionalmente como um dos grandes dermatologistas da história da medicina mundial, autor de obras fundamentais sobre doenças dermatológicas — que sua medicina encontrou um novo eixo. Ali, Simone não aprendeu apenas técnica, mas ética do olhar. A dermatologia, muitas vezes reduzida ao superficial por quem a observa de fora, revelou-se para ela como um território profundamente humano, onde a pele é linguagem, história e sintoma.

Ao retornar para Lages, em Santa Catarina, não levou apenas protocolos. Levou sensibilidade. Foi construindo seu nome em uma época em que os procedimentos estéticos ainda engatinhavam no Brasil. Toxina botulínica, preenchedores, lasers — tudo era novidade, cercado de preconceitos e desinformação. Simone escolheu um caminho claro: tratar pessoas, não modismos.

Com o tempo, sua prática se aprofundou em um tema delicado, frequentemente silenciado, mas absolutamente central para a dignidade feminina: a saúde íntima da mulher madura. No campo do rejuvenescimento genital feminino, sua formação é sólida e histórica. Simone integra o board de professores de Pós-Graduação da Universidade de Buenos Aires, ao lado de Adrian Gaspar — seu mestre em longevidade saudável, criador da técnica do laser genital. Pertencente à Primeira turma formada por esse grupo, ela atua há mais de dez anos diretamente ao lado de Gaspar, tendo sido treinada por ele e compartilhando até hoje a construção e a aplicação desse conhecimento.

Ao trabalhar com laser para rejuvenescimento genital feminino, Simone não oferece apenas tecnologia. Ela devolve qualidade de vida, autoestima e autonomia a mulheres que, por décadas, foram ensinadas a aceitar o desconforto como destino.

Não por acaso, tornou-se também educadora. Ensinar, para Simone, não é palco — é responsabilidade. Compartilhar conhecimento é ampliar o cuidado para além do consultório.

O que define a Dra. Simone não é o currículo, embora ele seja sólido. É o modo como ela entende o ser humano: único, irrepetível, digno de respeito. Sua medicina não promete juventude eterna, nem vende ilusões. Ela oferece escuta, ciência e presença — três elementos cada vez mais raros na prática médica contemporânea.

Em um tempo em que a saúde se transforma em produto e o paciente em consumidor, histórias como a de Simone nos lembram que a medicina, quando bem exercida, ainda é um ato profundamente humano. E que cuidar, no sentido mais verdadeiro da palavra, começa quando o médico aprende a ver o outro não como um caso, mas como alguém que confia.

Essa é a diferença entre tratar sintomas e cuidar de pessoas. E essa diferença, definitivamente, não se aprende apenas nos livros.

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