Obesidade: um desafio global que exige olhar individualizado

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Entender as causas, os riscos e os caminhos possíveis é essencial para transformar saúde e qualidade de vida

 

A obesidade deixou de ser um problema pontual para se tornar uma epidemia mundial em crescimento contínuo. Dados do Atlas Mundial da Obesidade indicam que, até 2030, cerca de 1 bilhão de pessoas viverão com essa condição — o equivalente a 1 em cada 5 mulheres e 1 em 7 homens.
Para a endocrinologista Dra. Carolina Mantelli, esses números reforçam um alerta importante: “a obesidade está diretamente associada a complicações físicas e emocionais que impactam não apenas a longevidade, mas também a qualidade de vida das pessoas”.


Um problema que ultrapassa gerações e fronteiras

Desde o final do século 20, o excesso de peso assumiu proporções epidêmicas e passou a atingir países ricos e em desenvolvimento, diferentes classes sociais e todas as faixas etárias. Atualmente, mais da metade da população mundial apresenta excesso de peso, e cerca de um quarto dos adultos já convive com obesidade.
Longe de ser apenas uma questão estética, trata-se de uma condição crônica, complexa e de difícil controle. Oscilações de peso, frustrações emocionais e complicações físicas costumam caminhar juntas, criando uma sobrecarga constante para o corpo e para a mente.

 

Riscos que vão além do peso na balança

A obesidade aumenta de forma significativa o risco de resistência à insulina, hipertensão, dislipidemia, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e hepáticas, além de reduzir a expectativa de vida. Durante a pandemia de Covid-19, estudos também mostraram que pessoas com obesidade apresentavam maior risco de hospitalização, necessidade de ventilação mecânica e mortalidade.
Segundo a Dra. Carolina, as causas da obesidade são multifatoriais e envolvem genética, ambiente, fatores sociais, culturais e econômicos, estresse crônico, distúrbios hormonais e escolhas alimentares influenciadas por ambientes obesogênicos — aqueles que favorecem o sedentarismo e o consumo excessivo de calorias.

 

 

Obesidade infantil: um sinal de alerta para o futuro

O cenário se torna ainda mais preocupante quando envolve crianças e adolescentes. Dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) mostram que 12,9% das crianças brasileiras entre 5 e 9 anos já apresentam obesidade, assim como 7% dos adolescentes de 12 a 17 anos.
Esse contexto reflete não apenas decisões individuais, mas também questões estruturais, como o fácil acesso a alimentos ultraprocessados, o uso precoce de fórmulas em substituição ao aleitamento materno e o marketing agressivo de produtos não saudáveis, que moldam hábitos desde a infância.


Prevenção e tratamento exigem abordagem integrada

Para a endocrinologista, enfrentar a obesidade requer uma estratégia ampla, que envolva o indivíduo, a família e a sociedade. Entre os pilares desse cuidado estão:

 

Reeducação alimentar e atividade física, fundamentais para o equilíbrio metabólico

Transformação dos ambientes, com escolas, creches e cidades que favoreçam escolhas saudáveis, incentivem o aleitamento materno e ofereçam espaços de lazer.
Controle dos ambientes obesogênicos, por meio de políticas públicas e fiscalização.
Equilíbrio hormonal, já que alterações em hormônios como estrogênio, testosterona, progesterona e cortisol têm papel importante no ganho de peso.

 

Mais ciência, menos culpa

Mais do que força de vontade, superar a obesidade exige informação, consciência e acompanhamento adequado. “Manter os hormônios equilibrados, cultivar hábitos saudáveis e aprender a gerenciar o estresse são passos essenciais para quebrar esse ciclo”, destaca a Dra. Carolina Mantelli.
Com suporte médico individualizado, mudanças graduais no estilo de vida e acesso a informação de qualidade, é possível transformar a trajetória da obesidade e construir um caminho mais saudável, sustentável e duradouro.

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Fonte e foto: Assessoria de Imprensa. / Foto: iStockphoto.

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