Decisão visa proteção do religioso em meio a pressões políticas.

Dom Odilo Scherer ordenou a suspensão das atividades do Padre Júlio Lancellotti, visando seu recolhimento e proteção.

O arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, tomou uma decisão que promete impactar a rotina do Padre Júlio Lancellotti, um dos sacerdotes mais conhecidos e polêmicos da cidade. A ordem para suspender as transmissões de missas online e as atividades nas redes sociais foi comunicada durante uma celebração no último domingo, 14 de dezembro de 2025.

Contexto da Decisão

Dom Odilo justificou a medida como necessária para proporcionar um período de ‘recolhimento e proteção’ ao padre, que, em suas mais de quatro décadas de atuação na paróquia de São Miguel Arcanjo, na Mooca, se destacou pelo envolvimento com a população em situação de rua. No entanto, sua atuação também o tornou alvo de críticas e campanhas de políticos de direita, incluindo a recente tentativa do deputado federal Junio Amaral de afastá-lo de suas funções.

O Papel de Padre Júlio

Lancellotti, que completa 77 anos no final de dezembro, ainda se vê no centro de um debate fervoroso sobre sua permanência na paróquia. A regra eclesiástica permite que padres sejam aposentados ao atingirem 75 anos, mas há exceções, e muitos sacerdotes continuam ativos mesmo em idades avançadas. O padre enfatizou que sua transferência não foi oficializada e que ele continua comprometido com sua missão, apesar dos rumores que circulam em grupos de mensagens.

Reação e Consequências

Em uma nota divulgada nesta terça-feira, 16 de dezembro, Lancellotti confirmou a suspensão temporária de suas redes sociais e negou que já tivesse sido transferido da Paróquia São Miguel Arcanjo. Ele afirmou que as missas presenciais continuarão sendo celebradas normalmente aos domingos, na Capela da Universidade São Judas, situada na Mooca. Essa situação gera um clima de expectativa e apreensão entre seus seguidores e a comunidade, que vê no padre um símbolo de resistência e compaixão frente às dificuldades enfrentadas pelos mais vulneráveis.

A decisão de Dom Odilo, embora justificada como uma medida de proteção, levanta questões sobre liberdade de expressão e a autonomia dos religiosos em sua atuação social. Enquanto isso, a Arquidiocese de São Paulo enfrenta uma pressão crescente para se posicionar sobre a atuação de seus membros em contextos políticos e sociais cada vez mais polarizados.

Fonte: jovempan.com.br

Fonte: Júlio Lancellotti na Igreja de São Miguel Arcanjo, na capital paulista