Em pleno seculo XXI, sobretudo após a pandemia, quando os meios digitais tornaram-se fortes ferramentas de comuicação, percebemos que a medicina perdeu sua essência.
Já houve um tempo em que ser médico era sinônimo de doação, sabedoria e cuidado.
Atualmente, deparamo-nos com profissinais cada vez menos qualificados e mais “viralizados” na internet. Fórmulas magicas de emagrecimento, imunidade, superdotação, aumento da capacidade de trabalho estão cada vez mais ganhando espaço em troca da medicina “tradicional”.
E aí nascem as perguntas. Quando a medicina deixou de ser medicina? Em que momento perdemos sua essência e sua integralidade? Quando os exames complementares tornaram-se mais importantes do que a escuta do paciente e das famílias, bem como um exame físico bem feito? Quando as especialidades tornaram-se tão específicas que o paciente deixou de ser visto como um ser humano completo?
A medicina é basicamente ouvir o paciente, enxergá-lo como um todo, examinar por completo e chegar a um diagnóstico. E, pasmem, a grande maiora das vezes isso é suficiente para diagnosticar, tratar e acolher. E tantas outras, o melhor medicamento é uma atenção REAL às falas e às queixas e um abraço.
Em meio a esse turbilhao de especialidades e exames, o médico esqueceu o principal: escutar o paciente e examiná-lo com presteza.
Há também o inverso: pacientes que só procuram o médico para pegar atestado ou pedir exames que eles mesmos julgam necessários.
E aí surge uma especialidade, até então não reconhecida pelo MEC, cuja formação em mais de 90% dos casos é EAD. A medicina integrativa. Ora, dizer que é médico integrativo é como afirmar que a água é molhada. Mas, exatamente pela falta o verdadeiro médico que vê o paciente em sua integralidade, essa especialização virou “moda” e os pacientes procuram nesses profissionais apenas o básico que todo médico deveria ter: atenção e cuidado.
Nada contra quem faz o curso de medicina integrativa. Mas extremamente estranho saber que a maioria dos médicos não são integrativos em suas consultas. E mais estranho ainda, aqueles bons médicos integrativos, cuja maioria não precisou pagar por essa especialização, não serem valorizados como deveriam.
Enfim, vivemos em tempos estranhos. Onde exame complementar é mais importante que exame físico. Onde o especialista vê só uma parte do ser humano ao invés de integrar sua especialização para entendimento da queixa de uma pessoa. Onde “combos” mágicos de médicos que sequer possuem RQE fazem mais sucesso do que a prática médica. Onde médicos atendem seus pacientes em 5 minutos e alguns pacientes nem querem atendimento, buscam só fórmulas, atestados ou exames.
É importante trazer a tona a boa e velha medicina. Aquela que foi feita para CUIDAR de pessoas, curar quando for possível e acolher quando for necessário.
Afinal de contas o conceito de saúde pela OMS foi muito bem estabelicido em 1948. Saúde é um bem-estar completo: físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade.
Façamos um chamado à toda população ao resgate da medicina na sua forma mais pura, linda, integrativa e, sobretudo, humana.
