Entenda as mudanças na estratégia da empresa após resultados fracos.
BTG Pactual rebaixa a recomendação de Boa Safra (SOJA3) de compra para neutra, após resultados abaixo do esperado.
O cenário atual da Boa Safra (SOJA3)
O BTG Pactual anunciou uma mudança significativa na recomendação para as ações da Boa Safra (SOJA3), passando de compra para neutra, com um novo preço-alvo fixado em R$ 12. Essa revisão se dá após resultados financeiros insatisfatórios no terceiro trimestre de 2025, que fizeram os analistas reavaliarem suas projeções para a empresa.
A mudança na estratégia da empresa
Historicamente, a Boa Safra se destacava no mercado de sementes de soja, mas os analistas do BTG, Thiago Duarte, Guilherme Guttilla e Bruno Henriques, relatam que a companhia está recalibrando suas ambições de crescimento. Após uma fase intensa de investimentos, onde aumentou sua capacidade de beneficiamento de sementes de 100 mil big bags por ano para 280 mil, a administração decidiu priorizar a rentabilidade em vez da mera expansão de volume.
Esse movimento é uma resposta às ineficiências operacionais que surgiram após a rápida expansão. Entre 2018 e 2020, a taxa de utilização das instalações variou entre 90% e 94%, mas caiu para cerca de 67% em 2024. Embora se espere uma leve recuperação em 2025, a companhia reconheceu que perdas significativas, tanto por problemas de qualidade quanto por desajustes no portfólio, impactaram sua produção.
O contexto do mercado de sementes
O mercado de sementes passa por um ajuste após um ciclo de alta nas commodities agrícolas, levando a um excesso estrutural de oferta. Com os preços da soja em níveis historicamente altos, muitos concorrentes expandiram suas capacidades de forma agressiva. No entanto, a correção do mercado resultou em uma desaceleração e um excesso de 30% de sementes não vendidas, afetando a rentabilidade de vários produtores.
A decisão da Boa Safra de reduzir sua expansão é vista como uma resposta lógica às condições desafiadoras do mercado. A empresa espera que essa pausa permita ajustes internos que possam melhorar a eficiência operacional, embora a estratégia contrarie a tendência de algumas empresas que, em períodos de dificuldades, tentam ganhar participação de mercado.
Impactos e perspectivas futuras
A revisão das expectativas de crescimento também se reflete em uma diminuição do Ebitda por big bag vendido, que caiu de R$ 1.944 em 2023 para uma estimativa de R$ 1.100 em 2025. Com o aumento das despesas operacionais, a administração busca margens Ebitda mais robustas, almejando manter um nível aceitável de retorno sobre capital investido.
Os analistas acreditam que, apesar das dificuldades atuais, a Boa Safra pode continuar a ganhar participação de mercado, estimando que a empresa alcance mais de 10% até o final de 2025. No entanto, isso pode não se traduzir em um crescimento significativo a curto prazo.
Em suma, a Boa Safra enfrenta desafios consideráveis em um mercado em transformação, mas o foco em eficiência e rentabilidade pode abrir novas oportunidades para o futuro.
Fonte: www.moneytimes.com.br
Fonte: m da empresa Boa Safra (SOJA3



