Análise do JP Morgan sobre o setor de construção civil no Brasil
JP Morgan projeta crescimento significativo para construtoras brasileiras, com potencial de valorização de até 70%.
Os investidores podem se preparar para um cenário promissor no setor de construção civil brasileiro. O JP Morgan revisou suas projeções e destacou que construtoras têm tudo para se beneficiar da queda nas taxas de juros e das próximas eleições. A expectativa é de que ações de empresas como Cyrela (CYRE3), EZTEC (EZTC3) e Tenda (TEND3) apresentem um crescimento de 40% a 70% nos próximos anos.
O cenário otimista para as construtoras
O banco de investimento JP Morgan elevou suas recomendações para as construtoras, sugerindo que a recuperação econômica, prevista para 2026, trará um desempenho superior ao esperado. O banco revisou o preço-alvo para a MRV (MRVE3), passando de neutra para overweight, com uma valorização estimada de 49% com base em um preço-alvo de R$ 12, em comparação ao valor atual de R$ 8,04.
As projeções são impulsionadas por uma recuperação esperada após resultados financeiros do terceiro trimestre (3T25) que superaram as expectativas do mercado, além de um fluxo de caixa robusto com a venda de ativos da Resia. Os especialistas da instituição financeira traçam dois cenários: um otimista, que considera a queda de juros e uma possível mudança de governo, e outro mais cauteloso, que ainda vê as construtoras como um porto seguro em tempos econômicos difíceis, especialmente devido à sua exposição ao programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
Expectativas para as principais ações
O relatório enfatiza que a Tenda é a principal escolha do setor, com um preço-alvo de R$ 39 para dezembro de 2026, o que representa um potencial de valorização de 70% em relação ao preço atual de R$ 23,29. Os analistas também ressaltam que a Tenda pode apresentar um aumento significativo nos lucros, com projeções conservadoras de R$ 520 a R$ 600 milhões para o próximo ano.
A Cyrela, por sua vez, é considerada uma excelente opção para investidores que buscam aproveitar a redução das taxas de juros e a mudança no cenário político. O JP Morgan destaca que a ação está sendo negociada a um P/L estimado de 5,9 vezes, bem abaixo da média histórica de 11,5 vezes, com um preço-alvo de R$ 44,50, o que representa uma valorização de 45% em relação ao preço atual de R$ 30,67.
Cautela em tempos de incerteza
Por outro lado, construtoras como a Cury (CURY3) mantêm uma classificação neutra, com um preço-alvo de R$ 43,50, em relação ao preço atual de R$ 34,68. Embora a Cury tenha uma execução sólida, o potencial de valorização é considerado relativamente baixo. O JP Morgan observa que, apesar da classificação neutra, a Cury é uma opção segura para investidores que preferem uma abordagem mais cautelosa, especialmente devido aos seus dividendos atrativos.
Direcional (DIRR3), com um preço-alvo de R$ 21, também apresenta uma visão neutra, apesar de margens brutas recordes de 42% no terceiro trimestre. A avaliação do JP Morgan sugere que o potencial de valorização é limitado em relação a seus concorrentes.
Diante desse ambiente, a análise do JP Morgan indica que o setor de construção civil no Brasil está preparado para um crescimento significativo, apoiado por fatores macroeconômicos e políticos que devem impulsionar as ações das principais empresas do setor.
Fonte: www.moneytimes.com.br



