HSBC aponta movimentação no mercado de dívida corporativa.
Em 2026, empresas brasileiras devem antecipar emissões de dívida para evitar a volatilidade eleitoral, segundo o HSBC.
Cenário promissor para o mercado de dívidas em 2026
O mercado de dívida corporativa no Brasil está se preparando para um ano movimentado em 2026. Com as eleições se aproximando, as empresas estão se mobilizando para antecipar suas emissões de dívida, uma estratégia que visa evitar a volatilidade que normalmente acompanha períodos eleitorais. Marcelo Soares, diretor-executivo de Corporate Banking do HSBC Brasil, compartilhou essas perspectivas em uma recente entrevista.
Expectativa de um começo ativo
Soares afirmou que 2026 deve iniciar com janelas interessantes para emissões, impulsionadas pela redução das taxas de juros nos Estados Unidos e pela liquidez global. Ele destacou que o Brasil está relativamente bem posicionado em relação a outros mercados emergentes, especialmente devido aos spreads de crédito que permanecem em níveis historicamente baixos. A previsão é de que as empresas busquem acessar o mercado logo no início do ano, evitando surpresas negativas no segundo semestre, quando a volatilidade tende a aumentar.
A importância do cenário eleitoral
As eleições no Brasil, marcadas para outubro de 2026, têm um papel crucial nesse movimento. Com a escolha de novos presidentes, senadores e governadores, a incerteza política pode impactar fortemente o mercado financeiro. Soares enfatizou que muitos emissores optam por se adiantar e captar recursos antes do período eleitoral, garantindo maior segurança financeira.
Movimentação no mercado de dívida
O executivo do HSBC observou que, além dos emissores frequentes, novos participantes estão se preparando para acessar o mercado de bônus pela primeira vez. Essa diversificação é um sinal positivo para a saúde do mercado de dívida corporativa. Soares mencionou que a dinâmica do mercado está mudando, com empresas de diferentes setores, incluindo infraestrutura e energia, buscando financiamento através de dívidas.
Fusões e aquisições em destaque
Outra área de interesse é a de fusões e aquisições (M&A). Setores como petróleo, gás e logística devem continuar a ver movimentações significativas. Projetos de transição energética e infraestrutura também estão se tornando cada vez mais relevantes, atraindo a atenção de investidores internacionais, especialmente asiáticos e do Oriente Médio, que estão cada vez mais interessados no Brasil e na América Latina.
Desafios no mercado de ações
Enquanto as expectativas para o mercado de dívida são otimistas, a situação do mercado de ações, especialmente em relação a ofertas públicas iniciais (IPOs), parece menos promissora. Soares destacou que o último IPO significativo no Brasil ocorreu em 2021, e o mercado de ações tem enfrentado dificuldades para se recuperar. A expectativa é de que as atividades no mercado de ações permaneçam limitadas em 2026, enquanto o mercado de dívida continua ativo.
Esse panorama sugere que as empresas brasileiras estão se preparando para um 2026 de desafios e oportunidades, com um foco claro em garantir sua estabilidade financeira em meio a um ambiente político incerto.
Fonte: www.moneytimes.com.br



