Indústria química brasileira: desafios e a necessidade de apoio estatal

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Entrevista com o CEO da Abiquim sobre os desafios do setor em 2025.

Em 2025, a indústria química brasileira enfrenta desafios críticos, incluindo um déficit comercial significativo e a necessidade de apoio governamental.

Desafios da indústria química em 2025

A indústria química brasileira está enfrentando um dos seus momentos mais desafiadores, com um déficit comercial alarmante de US$ 57 bilhões. Isso se deve, em parte, à alta carga tributária e à concorrência acirrada com gigantes como a China e os Estados Unidos, que oferecem produtos químicos a preços muito mais competitivos devido a subsídios governamentais e acesso a matérias-primas baratas. André Passos Cordeiro, CEO da Abiquim, discute essas questões e a necessidade urgente de apoio do governo para a sobrevivência do setor.

O cenário atual

Em 2025, o Brasil viu um aumento significativo nas importações de produtos químicos, que somaram US$ 72 bilhões, enquanto as exportações se mantiveram em torno de US$ 15 bilhões. Esta situação reflete a perda de competitividade da indústria, exacerbada pela regulação frágil e pela falta de incentivos comparáveis aos oferecidos por outros países.

A importância do apoio estatal

Cordeiro enfatiza que a indústria química brasileira não pode sobreviver sem alguma forma de apoio governamental. Ao contrário de outros países que oferecem subsídios robustos, o Brasil tem apenas um mecanismo limitado de incentivo, que não é suficiente para equilibrar a competitividade do setor. O CEO defende que uma política industrial clara e de longo prazo é essencial para garantir a sustentabilidade da indústria química nacional.

Gargalos regulatórios

Outro ponto destacado por Cordeiro é a regulação do gás natural, que é crucial para a produção química. O Brasil enfrenta desafios significativos em toda a cadeia de produção, que vão desde a extração até a distribuição. A falta de regras claras e a presença de monopólios naturais tornam o ambiente regulatório ineficiente, dificultando a competitividade da indústria.

O papel do etanol

Cordeiro também fala sobre o potencial do etanol como matéria-prima. Embora o Brasil seja líder na produção de eteno a partir do etanol, a atual estrutura regulatória desencoraja seu uso na indústria química. Ele destaca que o incentivo dado ao etanol como combustível não se aplica ao uso petroquímico, o que gera distorções que precisam ser corrigidas.

O Projeto de Lei 892/2025

A aprovação do Projeto de Lei 892/2025, que cria o Programa Especial de Sustentabilidade da Indústria Química, é vista como um passo positivo. Este projeto pode trazer mais previsibilidade e estabilidade ao setor, mas ainda não resolve todos os problemas enfrentados pela indústria.

Conclusão

A volatilidade política e as tensões geopolíticas também representam riscos adicionais para a indústria química brasileira. Cordeiro conclui que é essencial que o Brasil adote uma política de Estado, não apenas de governo, para garantir um ambiente propício ao investimento e à competitividade da indústria química no cenário global.

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