Análise do indicador Bull & Bear revela sinais de alerta para investidores.

O Bank of America emite alerta sobre a euforia no mercado, sugerindo uma possível correção.

O sentimento otimista no mercado financeiro tem gerado preocupações entre analistas, especialmente após o recente aumento do indicador Bull & Bear do Bank of America. Segundo o relatório de Michael Hartnett e sua equipe, o indicador subiu de 7.9 para 8.5, acionando um sinal contrariante de ‘venda’ para ativos de risco. Essa elevação indica que o clima de euforia pode estar excessivo, sugerindo que é hora de os investidores reconsiderarem suas posições.

O cenário atual do mercado

O indicador Bull & Bear é baseado em uma pesquisa regular com mais de 200 gestores de fundos, que avalia a disposição dos investidores em assumir riscos. A lógica por trás desse indicador é simples: quando a maioria está otimista, é hora de ser cauteloso. Neste contexto, os futuros do S&P 500 apresentaram uma leve alta de 0,25% na manhã de hoje, continuando uma tendência de recuperação que viu o índice fechar em alta de 0,79% na sessão anterior, embora ainda esteja cerca de 2% abaixo de seu recorde histórico.

As bolsas asiáticas fecharam em alta, enquanto as europeias e britânicas apresentaram movimentações estáveis no início do pregão. Uma questão que permeia o mercado é se as ações estão sobreavaliadas, especialmente as do setor de tecnologia. O sinal de venda do BofA foi ativado 16 vezes desde 2002, e em média, o índice MSCI All Country World, que representa ações globalmente, caiu 2,4% após essas ativações, com uma desvalorização máxima de 8,5% em um prazo de três meses.

Análise de riscos e expectativas

O indicador possui uma taxa de acerto de 63%, o que indica que, embora não seja infalível, é um reflexo significativo do sentimento do mercado. Hartnett observou que os investidores estão em um estado de ânimo normalmente ‘otimista’, com um recorde de US$ 145 bilhões em entradas para fundos de ações na semana passada, além de um dos maiores influxos de capital para ações dos EUA, totalizando US$ 77,9 bilhões.

Esse clima de otimismo sugere que investidores mais cautelosos devem se preparar para uma possível correção, já que o comportamento atual do mercado indica uma avareza excessiva entre os participantes.

Expectativas futuras

A correlação entre o sentimento dos investidores e o Índice de Gerentes de Compras (PMI) — que reflete a saúde do setor industrial — é um ponto de discussão relevante. Atualmente, os investidores parecem otimistas em comparação ao PMI, prevendo que a tendência positiva do PMI possa acompanhá-los. Hartnett sugere que os investidores estão posicionados para um cenário de crescimento acelerado no lucro por ação (EPS) com a expectativa de cortes nas taxas de juros e outras medidas fiscais.

Por outro lado, caso o mercado não enfrente uma correção, ele projeta um crescimento de 9% no EPS das ações em 2026, apesar de uma possível alta no desemprego e da pressão de investidores de renda fixa sobre o crescimento do setor de inteligência artificial.

Visão geral dos mercados

Na manhã de hoje, antes da abertura em Nova York, os futuros do S&P 500 estavam em alta de 0,33%. O índice STOXX Europe 600 apresentou estabilidade, enquanto o FTSE 100 do Reino Unido também se manteve inalterado. Entre as bolsas asiáticas, o Nikkei 225 do Japão subiu 1,03%, e o CSI 300 da China teve uma alta de 0,34%. O KOSPI da Coreia do Sul e o NIFTY 50 da Índia também registraram altas de 0,65% e 0,59%, respectivamente. O Bitcoin, por sua vez, atingiu a marca de US$ 88.000.