Mudança histórica na homenagem a instituições nacionais nos EUA.
A adição do nome de Trump ao Kennedy Center gera reações adversas entre historiadores e políticos.
A adição do nome de Trump ao Kennedy Center gera polêmica
A adição do nome de Donald Trump ao Kennedy Center, realizada em Washington, D.C., suscita uma série de reações negativas entre historiadores, legisladores e membros da família do ex-presidente John F. Kennedy. Essa mudança, que ocorreu um dia após a votação polêmica do conselho do centro, marca um momento inédito na história das homenagens a presidentes nos Estados Unidos.
A controvérsia em torno da mudança
O Kennedy Center, que foi estabelecido como um memorial vivo a John F. Kennedy logo após seu assassinato em 1963, teve seu nome alterado para incluir Donald J. Trump. A decisão foi feita após a nova administração do centro, escolhida pelo próprio Trump, considerar que sua liderança merece reconhecimento. A adição foi oficialmente anunciada nas redes sociais do centro, que descreveu o ato como uma honra tanto ao ex-presidente quanto ao legado de Kennedy.
No entanto, essa mudança rapidamente gerou críticas. Membros da família Kennedy, como Kerry Kennedy, expressaram indignação, afirmando que a alteração é ilegal e que apenas um ato do Congresso poderia permitir tal mudança. Kerry chegou a declarar que pretende remover o nome de Trump pessoalmente assim que seu mandato terminar.
Desafios legais da renomeação
Ray Smock, um historiador da Câmara dos Representantes, enfatizou que a lei que estabelece o nome do Kennedy Center proíbe explicitamente a mudança de sua designação. Segundo Smock, o conselho do centro não possui autoridade para alterar o nome, já que tal ato requereria uma revisão da legislação de 1964 que criou o memorial.
A situação levanta questões sobre a administração de Trump em relação à cultura e às instituições artísticas, que ele tem criticado como sendo tendenciosas. Desde o início de seu segundo mandato, Trump demonstrou interesse em rever a direção do Kennedy Center, o que culminou na purgação do conselho anterior, que ele considerava excessivamente progressista.
Implicações para a tradição americana
Essa adição é particularmente significativa, pois representa uma ruptura com a tradição americana de homenagear presidentes somente após sua morte. Monumentos e instituições, como o Lincoln Memorial e o próprio Kennedy Center, sempre foram nomeados em memória de líderes falecidos. A mudança levanta preocupações sobre a politicização das homenagens culturais e o que isso significa para futuras gerações.
Os críticos argumentam que a decisão de renomear o Kennedy Center em vida de Trump não apenas desrespeita a memória de Kennedy, mas também altera a natureza da homenagem que deveria ser atemporal e livre de influências políticas momentâneas. O debate continua, enquanto o país observa as repercussões desta decisão sem precedentes.
Fonte: www.aljazeera.com
Fonte: S OF THE DAY
