Investigação revela práticas extremas para disfarçar crimes.
Facções criminosas utilizam métodos extremos como esquartejamento e queima para ocultar corpos e dificultar investigações.
Ocultação de corpos: um padrão de brutalidade crescente
Facções criminosas têm adotado práticas extremas para ocultar crimes, ampliando a brutalidade após assassinatos. Desde 2021, a utilização de cemitérios clandestinos, esquartejamento e queima de corpos tem se intensificado, dificultando investigações policiais. O delegado Caio Albuquerque, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá, revela que este tipo de ocultação se tornou uma prática recorrente e alarmante na região.
Tribunal do crime e ritual de violência
Antes de serem levadas a cemitérios clandestinos, as vítimas, geralmente rivais de facções, passam pelo chamado “tribunal do crime”. Nesse processo, são submetidas a torturas físicas e psicológicas, com sentenças determinadas por lideranças, muitas vezes detidas. O delegado detalha que a execução muitas vezes envolve decapitações e desmembramento, práticas que facilitam a ocultação dos corpos em locais de difícil acesso.
Matas, valas e fogo
Após o esquartejamento, os corpos são descartados em zonas rurais ou áreas isoladas, como matas e casas abandonadas. Em alguns casos, as vítimas chegam a cavar suas próprias covas antes de serem executadas. A queima dos corpos se tornou uma técnica comum para eliminar vestígios, criando uma espécie de cremação irregular para dificultar a identificação.
Obstáculo às investigações
A ocultação de corpos não apenas complica a apuração de homicídios, mas também distorce as estatísticas oficiais. Sem a localização dos corpos, os casos dependem dos registros de desaparecimento feitos por familiares, tornando a investigação mais desafiadora. O delegado Albuquerque enfatiza que a falta de materialidade do crime torna crucial o testemunho de pessoas ou provas indiretas, que são raras devido ao medo das facções.
Cemitérios clandestinos descobertos
Apesar das dificuldades enfrentadas, as investigações têm avançado. Em outubro de 2025, a Polícia Civil do Rio de Janeiro descobriu um cemitério clandestino no Morro do Jordão, onde foram encontrados esqueletos humanos. Em Mato Grosso, a polícia localizou um “cemitério do tráfico” do Comando Vermelho, com corpos enterrados em áreas de mata. Esses achados evidenciam a persistência das facções em ocultar crimes, mas também a determinação das autoridades em desmantelar essas práticas brutais.
Fonte: baccinoticias.com.br
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