A expansão das capacidades submarinas sul-coreanas e suas implicações geopolíticas.
A Coreia do Sul busca se juntar a um seleto grupo de nações com submarinos nucleares, influenciando a dinâmica de segurança no Pacífico.
A intenção da Coreia do Sul de desenvolver submarinos nucleares sinaliza uma mudança potencial nas dinâmicas de segurança no Pacífico. Com o apoio implícito do presidente dos EUA, Donald Trump, a Coreia do Sul pode se tornar a sétima nação a operar essas embarcações, que incluem potências como EUA, Rússia e China. Essa expansão é vista como uma resposta estratégica às crescentes ameaças da Coreia do Norte e das atividades marítimas da China.
A corrida por submarinos nucleares
A capacidade de operar submarinos nucleares poderia transformar o papel da Coreia do Sul dentro da aliança com os EUA, permitindo uma defesa mais robusta em relação às ameaças subaquáticas da Coreia do Norte. De acordo com Yu Jihoon, do Instituto Coreano de Análises de Defesa, essa mudança não apenas fortaleceria a segurança sul-coreana, mas também permitiria que a Marinha dos EUA se concentrasse em outras áreas críticas, como o Mar do Sul da China.
Historicamente, a Coreia do Sul tem enfrentado desafios significativos em seu desejo de construir submarinos nucleares, especialmente devido a um acordo nuclear com os EUA que restringe a reprocessamento de combustível nuclear. No entanto, a recente interação entre Lee e Trump sugere um possível avanço nesse aspecto, com o presidente dos EUA concedendo aprovação para a construção de submarinos nucleares, em substituição aos modelos convencionais atualmente em uso.
Implicações da construção e transferência de tecnologia
Apesar da aprovação, a construção de submarinos nucleares apresenta desafios logísticos e tecnológicos. Especialistas afirmam que a Coreia do Sul possui a capacidade técnica necessária, mas a localização da construção é um tema de debate. Trump mencionou que os submarinos poderiam ser construídos no Estaleiro de Filadélfia, o que levanta preocupações sobre a transferência de tecnologia e a capacidade de desenvolvimento local.
Kim Dong-yeob, especialista em segurança, expressou preocupações de que a construção no exterior possa limitar a transferência de tecnologia e a autonomia da Coreia do Sul em termos de desenvolvimento militar. A empresa Hanwha Ocean, que possui parte do estaleiro, afirmou estar pronta para fornecer suporte técnico, mas a necessidade de investimentos adicionais para adequar as instalações para a construção de submarinos nucleares continua sendo um fator a ser considerado.
Desafios e a corrida armamentista
A busca da Coreia do Sul por submarinos nucleares não ocorre em um vácuo. A Coreia do Norte já expressou sua oposição, considerando a medida como uma estratégia para a nuclearização do país. Com a Coreia do Norte construindo seu próprio submarino nuclear, a possibilidade de uma corrida armamentista na região se torna uma preocupação crescente. Guo Jiakun, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, pediu contenção de ambos os lados, ressaltando a importância de respeitar os compromissos de não proliferação nuclear.
A questão central permanece: até que ponto a Coreia do Sul está disposta a ir em sua busca por uma capacidade de defesa mais robusta, e quais serão as repercussões geopolíticas dessa decisão? As implicações vão além da segurança militar, afetando também a economia e as relações internacionais na região do Pacífico. Com a construção de submarinos nucleares prevista para levar pelo menos uma década, os próximos anos serão cruciais para definir o rumo da segurança na região.
Fonte: www.cnn.com
Fonte: South Korean President Lee Jae Myung at the Gyeongju National Museum on October 29



