Investigação revela vínculos financeiros que acirram debates políticos no setor calçadista.
Doações de acionistas da Grendene reacendem polêmica sobre campanha da Havaianas e vínculos políticos no setor.
A recente controvérsia envolvendo a Havaianas e sua campanha de Ano Novo, que gerou acusações de mensagem política, expôs um cenário complexo de interações entre marcas e política. A ação publicitária, que usou a frase “não quer que você comece o ano com o pé direito”, foi vista por muitos como uma crítica ao governo atual, especialmente após a revelação de que os acionistas da Grendene, concorrente da Havaianas, contribuíram com somas significativas para a campanha de Jair Bolsonaro.
O impacto da propaganda no mercado calçadista
A Havaianas, sob a gestão da Alpargatas, viu sua campanha ser alvo de críticas semelhantes às que já afetaram outras marcas, especialmente em um ambiente tão polarizado. O CEO da Alpargatas, Liel Marcio Cintra Miranda, que fez parte do Conselhão de Lula, foi dispensado em 2024, o que ainda mais complicou a percepção pública da marca. As doações dos irmãos Grendene à campanha de Bolsonaro, que somam R$ 2 milhões em 2022 e R$ 6 mil em 2018, levantaram questões sobre o que essa relação pode significar para o futuro das marcas no Brasil.
A reação nas redes sociais e o boicote
Com a crescente pressão nas redes sociais, figuras ligadas a Bolsonaro começaram a sugerir um boicote à Havaianas. Políticos como Gilson Machado Filho e Luiz Lima expressaram descontentamento com a campanha, enquanto especialistas em marketing argumentam que o timing da campanha foi infeliz, considerando o contexto eleitoral. A marca, por sua vez, reagiu bloqueando comentários em suas postagens nas redes sociais, uma estratégia que demonstra a preocupação com a imagem e a percepção pública.
Conclusão: um novo cenário para o setor calçadista
O desenrolar dessa situação não é apenas uma questão de marketing, mas reflete um cenário mais amplo de como as empresas se posicionam em relação a questões políticas no Brasil. Especialistas apontam que a relação entre marcas e suas escolhas políticas pode influenciar não só a imagem pública, mas também as vendas e a fidelidade do consumidor. Com a polarização crescente, fica a pergunta: até onde as marcas devem ir para se posicionar e como isso afetará suas operações no futuro?
Fonte: baccinoticias.com.br



