Cenário atual e desafios para a produção.
O preço do café deve cair em 2026, mas continuará elevado devido a desafios na produção.
O preço do café, que disparou em 2025, deve apresentar uma leve queda em 2026, mas se mantém elevado devido a uma combinação de fatores que afetam a oferta e a demanda. A recuperação das lavouras, que ainda se encontram em condições limitadas, e os estoques baixos contribuem para uma pressão contínua sobre os preços.
O cenário atual do mercado de café
No início de 2025, o preço do café atingiu níveis recordes, impulsionado por uma inflação acumulada significativa e pela alta demanda. Os efeitos dessa alta foram tão drásticos que começaram a surgir produtos falsificados no mercado, criados a partir de resíduos agrícolas. Embora haja expectativa de redução nos preços para 2026, é improvável que voltem a patamares considerados acessíveis.
A recuperação das lavouras brasileiras de café arábica, que é a variedade mais cultivada e preferida pelos consumidores, ainda é lenta. As condições climáticas têm apresentado melhoras, mas os efeitos de anos de colheitas prejudicadas por calor e seca ainda são sentidos. A previsão é que, se as chuvas se mantiverem adequadas, a produção possa aumentar, mas isso ocorrerá gradualmente.
Desafios na produção e demanda aquecida
O café arábica é sensível a variações climáticas e necessita de temperaturas específicas para seu desenvolvimento ideal. Em 2025, a produção foi afetada por geadas em regiões como o Cerrado Mineiro e pelo atraso no início do período chuvoso. Além disso, por ser uma cultura bienal, as plantas precisam de tempo para se recuperar após uma colheita intensa, o que limita a oferta.
Enquanto isso, a demanda por café continua aquecida, com a projeção de que a produção mundial só superará o consumo em um futuro próximo. A combinação de estoques baixos e um mercado interno e externo em crescimento pressiona ainda mais os preços. O fim da tarifa de 50% imposta ao café brasileiro aumentou as compras internacionais, especialmente dos Estados Unidos, complicando ainda mais a situação.
Tendências futuras e investimentos em robusta
Os produtores têm começado a investir mais na variedade de café robusta, que é mais resistente a condições climáticas adversas. Embora menos valorizada, essa variedade pode ajudar a melhorar as margens de lucro dos agricultores. No entanto, os efeitos disso no mercado para o consumidor final levarão tempo, já que novas lavouras de robusta demoram cerca de dois anos para começar a produzir.
A expectativa é de que o uso de uma maior proporção de robusta em blends de café se torne mais comum, o que pode ajudar a conter a pressão sobre os preços. Apesar disso, a tendência é que o café permaneça caro nos próximos meses, mesmo com uma leve perspectiva de alívio a partir de 2026.
Fonte: baccinoticias.com.br
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