A integração entre CEOs e CIOs é crucial para resultados sociais.
O investimento de impacto precisa ser uma prioridade para fundações, não uma atividade secundária.
O investimento de impacto precisa ser uma prioridade para fundações, não uma atividade secundária. À medida que o setor filantrópico lida com ameaças crescentes e as necessidades dos beneficiários aumentam, é vital que fundações repensem como alocar os aproximadamente 95% de seus ativos que estão em endowments.
Rethinking Philanthropy
Historicamente, a relação entre os CEOs das fundações e os diretores de investimentos (CIOs) foi marcada por uma colaboração superficial. Enquanto o CEO estabelece a estratégia para impulsionar a missão, o CIO foca em preservar e aumentar os ativos, sem uma verdadeira sinergia entre esses objetivos. Contudo, essa barreira entre os dois papéis está começando a ser desmantelada. Essa mudança é não apenas necessária, mas urgente, considerando que as fundações detêm ativos que ultrapassam 1,6 trilhões de dólares nos EUA.
O Potencial do Capital de Impacto
Se as fundações americanas se comprometessem a alinhar seus investimentos financeiros com suas missões, poderiam duplicar a quantidade de capital de impacto no mundo. Atualmente, a maior parte dos ativos das fundações está investida em ações de empresas públicas, enquanto cerca de 20 a 30% é direcionada ao capital de risco. Esse desvio pode levar a investimentos que contradizem as próprias missões das fundações, agravando as desigualdades que buscam combater.
Integrando Esforços para Resultados
A situação exige que CEOs e CIOs reconheçam que cada investimento gera impacto, seja positivo ou negativo. Não é mais suficiente evitar ações em setores considerados “imorais”; é preciso agir de forma audaciosa, canalizando recursos para iniciativas que proporcionem resultados sociais e ambientais mensuráveis. Casos como o da Kapor Foundation mostram que é possível integrar as estratégias de investimento às missões sociais. O CEO, Allison Scott, participa ativamente das decisões de investimento, assegurando que os fundos do endowment estejam alinhados com os objetivos da fundação.
Colaboração e Exemplos Práticos
Algumas fundações, como a Russell Family Foundation, implementaram o conceito de “ativação total de recursos”, alinhando doações, capital social e investimentos financeiros. Na Califórnia, três fundações se comprometeram a investir 100% de seus ativos em negócios pequenos e em iniciativas que promovem melhorias em saúde e riqueza para populações marginalizadas.
Desmistificando o Investimento de Impacto
Uma das crenças que precisam ser superadas é a noção de que investir com valores significa abrir mão de retornos financeiros. Pesquisas indicam que o investimento baseado em valores pode, na verdade, melhorar o desempenho financeiro a longo prazo e proteger os investimentos durante crises econômicas.
Mudando a Perspectiva de Sucesso
Para que o investimento de impacto se torne a norma, é necessário que as fundações ajustem suas métricas de sucesso. Atualmente, os CIOs são avaliados quase exclusivamente com base em retornos financeiros, sem considerar o impacto transformador ou destrutivo que suas decisões podem ter. Instituir uma compensação ligada ao impacto seria um passo crucial para responsabilizá-los por alinhar seus investimentos com a missão da fundação.
As fundações têm o privilégio e a responsabilidade de utilizar todos os seus recursos — tanto doações quanto investimentos — para criar um futuro mais justo e sustentável. Essa mudança não é apenas necessária; é uma questão de sobrevivência para a filantropia moderna.
