Governo do Rio estabelece plano para recuperar áreas dominadas.
O governo do RJ apresenta um plano ambicioso para reocupar áreas dominadas pelo crime organizado.
Reocupação territorial RJ: um plano ambicioso
A reocupação territorial no Rio de Janeiro se torna uma questão urgente à medida que o Estado enfrenta o desafio de controlar áreas dominadas por organizações criminosas. O governo do RJ anunciou um plano de reocupação, cujo objetivo é estabelecer uma presença estatal em comunidades como Muzema, Rio das Pedras e Gardênia Azul, localidades que têm enfrentado o domínio de milícias e outros grupos armados. Essa iniciativa surge em resposta a uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que exige ações mais estruturadas e permanentes para garantir a segurança e os direitos dos cidadãos.
Contexto e causas
As áreas escolhidas para a reocupação foram identificadas como prioritárias no âmbito da ADPF 635, conhecida como “ADPF das Favelas”. O plano estabelece que a presença do Estado deve ir além de ações policiais pontuais, buscando uma abordagem integrada que envolva segurança, urbanismo e desenvolvimento social. O governo reconhece que a falta de presença institucional cria um vácuo que é frequentemente preenchido por grupos armados, resultando em uma situação de dependência e dominação paralela ao Estado de direito.
Detalhes do plano
O documento elaborado pela Secretaria de Estado da Segurança Pública delineia diretrizes claras para a reocupação. Entre os eixos principais, destaca-se a instalação de equipamentos públicos permanentes e a qualificação de serviços básicos, como saúde e educação. Além disso, o plano inclui políticas voltadas para a juventude, visando a prevenção da violência e a promoção de um ambiente social mais seguro. Essa abordagem holística é crucial para romper com ciclos de violência e exclusão social.
Impactos da reocupação
A reocupação territorial não se limita ao retorno da polícia, mas propõe uma entrada definitiva do Estado como garantidor de direitos, com a implementação de serviços básicos e políticas sociais contínuas. O relatório ressalta que, em áreas como Rio das Pedras, a presença de milícias é uma realidade histórica, enquanto Muzema se destaca por suas construções irregulares, muitas delas em áreas de risco. Gardênia Azul, por sua vez, enfrenta pressões tanto do crescimento desordenado quanto da atuação de grupos armados.
A reocupação é vista como uma oportunidade de transformação social, mas também apresenta desafios significativos. O governo do RJ reconhece que a eficácia do plano dependerá de um comprometimento real com a implementação das políticas propostas e a colaboração entre diferentes níveis de governo e a sociedade civil. Com esse passo, o Estado busca não apenas reaver o controle territorial, mas também restaurar a cidadania e a esperança nas comunidades afetadas pelo crime organizado.



