Iniciativa tem como objetivo enfrentar a lavagem de dinheiro em fintechs.
A Polícia Federal firmou um acordo com o BNDES e a Febraban para combater a lavagem de dinheiro perpetrada por facções criminosas.
A recente assinatura de um acordo de cooperação entre a Polícia Federal (PF), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) marca um passo significativo no combate ao crime organizado que tem se infiltrado no sistema financeiro brasileiro. A cerimônia ocorreu na sede da PF em São Paulo e contou com a presença de importantes figuras do setor, como o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.
O cenário atual do crime organizado
O aumento das operações de lavagem de dinheiro, especialmente por meio de fintechs controladas por facções criminosas, tem gerado preocupações significativas. Mercadante destacou que os métodos de ação dos criminosos mudaram drasticamente. Em vez de assaltos tradicionais, hoje os criminosos utilizam tecnologia e intimidação, transferindo grandes quantias de dinheiro sem chamar atenção. O objetivo do acordo, que terá duração de 60 meses, é implementar uma estratégia conjunta que possa sufocar essas ações antes que se tornem mais prevalentes.
A resposta institucional
Durante a assinatura do acordo, Rodrigues enfatizou a necessidade de inovação nas práticas de combate ao crime. Ele afirmou que as abordagens antigas não são mais suficientes diante das novas modalidades de delinquência. A intenção é integrar esforços com a Interpol e outras organizações internacionais para fortalecer a luta contra o crime organizado. A colaboração entre as instituições é vista como mandatória para garantir a segurança do sistema financeiro.
A Operação Carbono Oculto
O acordo foi motivado, em parte, pela Operação Carbono Oculto, que revelou a sofisticação das operações do PCC na lavagem de dinheiro. Investigadores descobriram que a facção havia se infiltrado em refinarias, distribuidoras, e até mesmo em postos de combustíveis, adulterando produtos e utilizando essas estruturas para movimentar recursos ilícitos. A Febraban já iniciou um processo de autorregulação, implementando controles internos para garantir a integridade das instituições financeiras.
Desafios futuros
Mercadante também expressou preocupação com a proliferação das fintechs, mencionando que algumas operações estão “abaixo do radar” do Banco Central. Ele sugeriu que um prazo de seis meses seja dado para que todas as fintechs se regularizem, caso contrário, devem ser fechadas. A complexidade e a rapidez com que o crime se adapta representam um desafio constante para as autoridades, que precisam estar sempre um passo à frente.
Dessa forma, o acordo celebrado representa uma tentativa de unir forças contra um problema que se tornou cada vez mais sofisticado e integrado à economia nacional. A expectativa é que, com a colaboração entre a PF, BNDES e Febraban, seja possível estabelecer um ambiente mais seguro e resiliente contra as investidas do crime organizado.
Fonte: www.moneytimes.com.br



