Presidente ucraniano destaca necessidade de discutir questões territoriais.
Zelenskyy convoca Trump para discutir paz e questões territoriais na Ucrânia.
O clima de incerteza permeia a Ucrânia enquanto o presidente Volodymyr Zelenskyy busca um diálogo crucial com o ex-presidente dos EUA, Donald Trump. Esta solicitação surge em meio a tentativas de consolidar um novo plano de paz, quase quatro anos após a invasão russa. As negociações entre Estados Unidos e Ucrânia avançaram, mas questões fundamentais sobre o controle territorial permanecem em aberto.
O cenário atual das negociações
Zelenskyy, em coletiva de imprensa, enfatizou a urgência de discutir “questões sensíveis” no nível de liderança. Embora os negociadores tenham alcançado consenso em vários pontos, a questão do controle das regiões orientais da Ucrânia, particularmente Donetsk e Luhansk, continua a ser um obstáculo significativo. O presidente ucraniano afirmou: “Estamos prontos para uma reunião com os Estados Unidos para abordar questões territoriais.”
As conversas, que ocorreram em Florida, resultaram em um esboço de 20 pontos. A proposta inclui manter as forças armadas da Ucrânia em um efetivo de 800 mil homens em tempos de paz, além de robustas garantias de segurança de aliados ocidentais. No entanto, a insistência da Rússia em ceder parte do território e o desejo da Ucrânia de manter suas linhas de combate atuais levam a um impasse.
Desafios territoriais e propostas de solução
Enquanto a Ucrânia deseja permanecer em suas posições atuais, a Rússia pressiona pela retirada das tropas ucranianas de Donetsk. Zelenskyy descreveu essa situação como “o ponto mais difícil” nas negociações. O Kremlin, por sua vez, propõe transformar áreas disputadas em zonas econômicas livres, mas a Ucrânia insiste que qualquer acordo deve incluir um referendo.
Além disso, a situação em torno da usina nuclear de Zaporizhzhia, que está sob controle russo, continua indefinida. Zelenskyy sugere a criação de uma pequena zona econômica ali, enfatizando: “Se todas as regiões forem incluídas e se permanecermos onde estamos, chegaremos a um acordo.”
Segurança e garantias internacionais
Com a desconfiança em relação à Rússia, Zelenskyy propõe a retirada das forças russas de outras regiões, como Dnipropetrovsk e Kharkiv, com a presença de tropas internacionais para monitorar a implementação do acordo. Ele destacou que a linha de contato deve se transformar em uma zona econômica livre com supervisão externa, dada a falta de confiança nas promessas russas.
Além disso, o rascunho do acordo inclui garantias de segurança que espelham o Artigo 5 da OTAN, obrigando os aliados a agir em caso de nova agressão russa. Zelenskyy indicou que um documento bilateral com os EUA irá detalhar essas garantias, incluindo um mecanismo para monitorar a cessação das hostilidades utilizando tecnologia de satélite.
A perspectiva futura
O plano também contempla a adesão da Ucrânia à União Europeia em uma data definida, a realização de eleições após a assinatura do acordo e um impulso para um tratado de livre comércio com os EUA. Recursos para a reconstrução e investimento econômico também estão na pauta. “A Ucrânia terá a oportunidade de determinar como distribuir os fundos nas áreas sob seu controle, e isso é um ponto no qual passamos muito tempo discutindo”, concluiu Zelenskyy.
Com a situação geopolítica ainda em evolução, as próximas semanas serão cruciais para determinar o futuro da paz na região e a viabilidade do novo plano proposto.
Fonte: www.aljazeera.com
Fonte: Valentyn Ogirenko/Reuters