A região enfrenta alterações drásticas e imprevisíveis devido ao aquecimento global.
O Ártico está se transformando mais rapidamente do que se esperava, impactando ecossistemas e comunidades locais.
As mudanças climáticas no Ártico estão ocorrendo em um ritmo alarmante, superando as previsões feitas há apenas duas décadas. O relatório de 2025, que marca o 20º ano de monitoramento do ambiente ártico, revela que a região está aquecendo mais de duas vezes mais rápido do que o resto do planeta. Essa transformação traz consequências profundas para os ecossistemas, as comunidades locais e o clima global.
O impacto do aquecimento acelerado
O aumento das temperaturas no Ártico contribui para a redução significativa da cobertura de neve e do gelo marinho. Em 2025, a cobertura máxima de gelo do mar foi a mais baixa registrada nos últimos 47 anos, e a cobertura mínima também se posicionou entre as dez menores. A perda de gelo não apenas afeta a fauna local, mas também altera os padrões climáticos em regiões distantes.
Além disso, o derretimento do permafrost libera minerais como ferro nas águas, resultando em rios com coloração laranja e acidez elevada, o que compromete a qualidade da água e ameaça a vida aquática. Essa alteração nos rios tem implicações diretas na subsistência das comunidades indígenas que dependem desses recursos.
Precipitações e eventos climáticos extremos
O ciclo da água na região ártica está sendo intensificado, levando a um aumento na evaporação e, consequentemente, na precipitação. O ano de 2025 viu níveis recordes de chuvas e nevascas, com o fenômeno das chamadas “rivers in the sky” (rios no céu) causando inundações em várias localidades, incluindo vilarejos que apresentaram danos significativos.
Vegetação e biodiversidade em mudança
A vegetação do Ártico também está passando por uma transformação. A produtividade da tundra, medida pela “verdejante da tundra”, atingiu níveis elevados, mas eventos de queima e estresse hídrico estão se tornando cada vez mais frequentes. Em 2025, a área queimada por incêndios florestais em regiões do norte da América do Norte foi acima da média, resultando em impactos diretos na fauna local.
A resposta das comunidades indígenas
Diante dessas mudanças drásticas, as comunidades indígenas estão se mobilizando para desenvolver sistemas de monitoramento que complementem as iniciativas governamentais. Em St. Paul Island, por exemplo, a criação de um sistema de observação que combina ciência tradicional e pesquisa moderna está ajudando a manter o controle sobre as condições ambientais e a promover a resiliência climática.
Conclusão: um chamado à ação
O relatório de 2025 destaca a necessidade urgente de sistemas de monitoramento robustos e de inclusão das comunidades locais nas discussões sobre o clima. O Ártico não é apenas um indicador das mudanças climáticas, mas também um espaço vital para a biodiversidade e para as culturas que dependem dele. A transformação que está ocorrendo requer uma resposta global coordenada para mitigar os impactos e proteger esta região crítica.
Fonte: www.space.com