Um olhar sobre o impacto ambiental da inteligência artificial
A inteligência artificial, embora eficiente, demanda um alto consumo de água em seu funcionamento. Estudo revela que cada interação pode usar até 500 ml de água.
A crescente popularidade da Inteligência Artificial (IA) trouxe à tona uma questão importante: o impacto ambiental do seu consumo de água. Embora as ferramentas de IA como ChatGPT e Google Gemini sejam amplamente utilizadas, seu funcionamento em grandes data centers exige a utilização de recursos naturais significativos.
O impacto ambiental da IA
Estudos recentes, como o realizado pela Universidade Riverside, revelam que a cada 20 a 50 interações com a IA, cerca de 500 ml de água são consumidos. Isso significa que, considerando a base de usuários do ChatGPT, que conta com aproximadamente 800 milhões de usuários ativos semanalmente, o uso diário de água pode ultrapassar a marca de 10 a 25 milhões de litros. Essa quantidade é alarmante, especialmente quando se considera a crescente dependência da tecnologia.
A infraestrutura por trás da tecnologia
Os data centers, que abrigam os servidores necessários para rodar essas IAs, são essenciais não apenas para o processamento de informações, mas também para a manutenção da temperatura adequada. A geração de calor é um subproduto inevitável do funcionamento de múltiplos servidores, tornando necessário um sistema robusto de resfriamento. Os métodos tradicionais de resfriamento exigem grandes volumes de água, que são frequentemente retirados de fontes locais, exacerbando a pressão sobre os recursos hídricos.
Projeções e soluções
Com o aumento da demanda por serviços de IA, especialistas alertam que o uso de água pode aumentar ainda mais. A economista Nicole Grossmann, com especialização em IA, sugere que a indústria deve adotar alternativas mais sustentáveis, como sistemas de resfriamento que utilizem ar frio ou circuitos fechados de líquidos que minimizem a evaporação e a necessidade de reposição constante de água.
O futuro da IA e a sustentabilidade
Felipe Giannetti, especialista em IA, acredita que a evolução da tecnologia pode levar a soluções mais eficientes em termos de consumo de água, mas para isso, a indústria precisa priorizar a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias que reduzam o impacto ambiental. Com a previsão de que a demanda setorial por água aumente em torno de 30% até 2040, é urgente que a inteligência artificial se torne parte da solução, e não do problema.
A discussão sobre o consumo de água da IA é apenas uma faceta do impacto ambiental mais amplo da tecnologia. À medida que continuamos a explorar as capacidades da IA, é crucial considerar não apenas seu potencial, mas também os recursos que consumimos para mantê-la em funcionamento.
Fonte: www.metropoles.com
Fonte: Jonathan Raa/NurPhoto via Getty Images