Diálogo crucial em meio a novos ataques em Kyiv
Zelenskyy se reúne com Trump e líderes europeus para discutir paz.
A busca por um acordo de paz na Ucrânia ganhou um novo impulso, com o presidente Volodymyr Zelenskyy se preparando para se encontrar com líderes europeus e o ex-presidente dos EUA, Donald Trump. Este encontro ocorre em um contexto delicado, marcado por novos ataques a Kyiv, que deixaram pelo menos cinco feridos, conforme relatado pelo prefeito Vitali Klitschko.
O cenário das negociações
A reunião está programada para ocorrer neste domingo, em Florida, e contará com a participação da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Zelenskyy revelou que o foco principal será abordar os pontos mais sensíveis do plano de paz, que inclui garantias de segurança para a Ucrânia e discussões sobre a reconstrução do país, bem como as questões territoriais relacionadas à região do Donbas e à usina nuclear de Zaporizhzhia.
O presidente ucraniano destacou que o plano de paz de 20 pontos está “90% pronto” e que o objetivo é alcançar a totalidade. Ele também mencionou a possibilidade de realizar um referendo sobre o plano, dependendo da disposição da Rússia em concordar com um cessar-fogo de pelo menos 60 dias. Essa abordagem, segundo Zelenskyy, seria necessária para consultar a população ucraniana caso não se consiga uma posição forte em relação ao território.
Ataques recentes e suas consequências
No entanto, a atmosfera de negociações foi ofuscada pelos ataques aéreos em Kyiv, que ocorreram nas primeiras horas deste sábado, logo após Zelenskyy discutir seu encontro nos EUA. O ataque, que envolveu mísseis hipersônicos Kinzhal e outros mísseis, resultou em feridos e um incêndio na região de Holosiivskyi. Além disso, a Força Aérea da Ucrânia emitiu um alerta de segurança aérea, indicando que drones e mísseis estavam se movendo sobre várias regiões do país, incluindo a capital.
Esses ataques resultaram em um alerta de emergência que levou à interceptação de caças poloneses, e o fechamento temporário de dois aeroportos no sudeste da Polônia. O clima de tensão continua a aumentar, à medida que as esperanças de um acordo de paz se entrelaçam com a realidade dos conflitos armados.
As expectativas em relação a Trump
As recentes atividades diplomáticas seguem um período de intensa negociação em Miami, onde o enviado de Trump, Steve Witkoff, se reuniu separadamente com representantes da Rússia e da Ucrânia. A proposta atual é considerada uma atualização de um documento anterior que foi amplamente visto como favorável às demandas do Kremlin.
Trump, em uma entrevista, expressou otimismo em relação ao encontro com Zelenskyy, mas também deixou claro que não aprovaria quaisquer termos sem uma análise cuidadosa. Ele afirmou: “Ele não tem nada até eu aprovar”. As declarações de Trump refletem a complexidade das negociações e a necessidade de um consenso entre as partes envolvidas.
A posição da Rússia
Por sua vez, a Rússia criticou a abordagem de Zelenskyy e seus aliados europeus, alegando que seus esforços para um acordo são insuficientes. O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, expressou sua preocupação com a falta de vontade política de Kyiv e de seus patrocinadores, afirmando que sem uma resolução adequada dos problemas que geraram a crise, um acordo definitivo será impossível. Essa declaração ressalta a fragilidade do processo de paz em um contexto geopolítico já tumultuado.
A situação na Ucrânia permanece volátil, e as próximas horas poderão trazer desdobramentos significativos na busca por soluções duradouras para o conflito.
Fonte: www.theguardian.com
Fonte: Cedar Barnes/ZUMA Press Wire/Shutterstock