Uma executiva compartilha sua experiência transformadora com a tecnologia.
Caitlin Ner, executiva, relata como o uso compulsivo de IA a levou a um colapso mental.
Caitlin Ner, uma executiva de uma startup focada em geração de imagens por inteligência artificial, compartilha sua experiência transformadora, que a levou a um colapso mental. A história de Caitlin levanta questões importantes sobre o impacto da tecnologia na saúde mental, especialmente em um mundo onde a IA se torna cada vez mais presente.
A jornada de Caitlin com a inteligência artificial
Caitlin, que ocupava o cargo de diretora de experiência do usuário, começou a usar ferramentas de IA para criar imagens de si mesma em cenários fantasiosos. Inicialmente, isso parecia inofensivo, oferecendo uma forma de expressão criativa. No entanto, com o passar do tempo, o que começou como uma atividade divertida evoluiu para uma obsessão. As imagens criadas, que variavam de versões distorcidas a representações idealizadas, afetaram sua percepção de si mesma e intensificaram sua luta interna com a autoimagem.
A executiva, que foi diagnosticada com transtorno bipolar e estava sob tratamento, acreditava estar estável até que a compulsão por gerar novas imagens começou a interferir em sua vida cotidiana. A busca incessante por validação e prazer imediato ao criar e compartilhar suas criações a levou a negligenciar aspectos fundamentais, como o sono e a saúde mental.
O auge da crise
O ápice da crise veio com um episódio maníaco, onde Caitlin experimentou alucinações e psicose. Ela começou a ver mensagens ocultas nas imagens que criava e a ouvir vozes, algumas encorajando-a, outras ameaçadoras. Em um momento crítico, ao ver uma montagem de si mesma em um cavalo alado, acreditou que poderia voar e foi incentivada a pular da varanda. Esse episódio não apenas a colocou em risco, mas também destacou a fragilidade da linha entre a criatividade e a obsessão.
O caminho para a recuperação
Após esse período tumultuado, Caitlin contou com o apoio de amigos e familiares, o que foi crucial para sua recuperação. Ela decidiu deixar seu emprego e reduzir drasticamente a exposição a ferramentas de IA. Com terapia intensiva e tratamento adequado, conseguiu estabilizar sua saúde mental e reestabelecer sua relação com o próprio corpo.
Atualmente, Caitlin ainda utiliza ferramentas de IA, mas com limites rigorosos. Ela impõe a si mesma sessões curtas, pausas obrigatórias e atenção aos sinais de alerta. Além disso, defende que as empresas do setor implementem medidas de controle de tempo e ofereçam orientações sobre os riscos psicológicos que essas tecnologias podem acarretar, especialmente para indivíduos vulneráveis.
A experiência de Caitlin serve como um alerta sobre como a tecnologia, quando usada de forma inadequada, pode desencadear problemas sérios de saúde mental. “Não é a tecnologia em si, mas a forma como nos relacionamos com ela”, conclui. Essa reflexão é fundamental em um momento em que o uso de inteligência artificial está se tornando cada vez mais comum em diversas esferas da vida cotidiana.
Fonte: baccinoticias.com.br