Movimentações no mercado refletem frustração com a gestão ativa.
Fugindo da gestão ativa, investidores retiraram um trilhão de dólares de fundos ao longo de 2025, refletindo a frustração com a concentração das ações em grandes empresas de tecnologia.
O impacto da concentração no mercado financeiro
O cenário financeiro de 2025 trouxe à tona um dilema para os gestores de fundos: a dificuldade em gerar retornos significativos em um ambiente onde poucas ações, especialmente no setor de tecnologia, dominam os ganhos. A concentração de investimentos em um número reduzido de grandes empresas americanas teve consequências diretas nas estratégias de gestão ativa, levando a um êxodo sem precedentes de capital.
A fuga de investidores
De acordo com dados da Bloomberg Intelligence, cerca de um trilhão de dólares foi retirado de fundos mútuos de ações ativas ao longo do ano, marcando o 11º ano de saídas líquidas e, em algumas métricas, a maior fuga registrada. Esse movimento contrasta com a crescente popularidade dos fundos de índice, que capturaram mais de 600 bilhões de dólares, refletindo a mudança de preferência dos investidores em busca de opções mais seguras e menos custosas.
O peso das grandes tecnologias
A dominância das chamadas “Magnificent Seven” no mercado fez com que muitos gestores se sentissem pressionados a se alinhar a essa tendência para evitar o risco de underperformance. As dificuldades para se diferenciar do índice sem sacrificar retornos foram evidentes, uma vez que a maioria das ações não acompanhou o crescimento das gigantes tecnológicas. Dados mostraram que, em certos períodos, menos de um em cada cinco papéis teve valorização, o que evidencia a dificuldade de diversificação em um cenário tão concentrado.
O dilema da gestão ativa
Os gestores de fundos ativos enfrentaram um dilema: optar por estratégias que mantivessem uma exposição reduzida às maiores empresas ou seguir a tendência e manter uma composição semelhante ao índice, o que tornava difícil justificar as taxas de administração mais altas. Em um ano em que 73% dos fundos de ações ativos ficaram atrás de seus benchmarks, muitos começaram a questionar a viabilidade da gestão ativa.
Exemplos de sucesso
Apesar da tendência geral, alguns fundos conseguiram se destacar, como o “International Small Cap Value Portfolio” da Dimensional Fund Advisors, que obteve mais de 50% de retorno, superando não apenas seu benchmark, mas também o S&P 500. A chave para esse sucesso foi a diversificação geográfica e setorial, afastando-se da dependência das grandes empresas americanas.
Reflexões para investidores
O ano de 2025 foi um aprendizado sobre a importância da diversificação e a necessidade de manter uma abordagem disciplinada na gestão ativa. Embora a tentação de seguir os vencedores de ontem seja grande, especialistas alertam que isso pode não ser uma estratégia sustentável a longo prazo. O equilíbrio entre risco e retorno se tornou uma questão central para investidores, que agora buscam não apenas maximizar ganhos, mas também minimizar perdas em um mercado volátil.
A conclusão é que, mesmo em tempos de grandes desafios, sempre há oportunidades a serem exploradas. Com uma abordagem fundamentada e uma análise cuidadosa, os investidores podem identificar áreas promissoras, mesmo em mercados saturados.