Análise da evolução das regulatórias e suas consequências nas corridas
Entenda como as equipes de Fórmula 1 contornaram as regras de efeito solo e suas repercussões nas corridas.
A era do efeito solo na Fórmula 1, que se estendeu de 2022 a 2025, trouxe uma proposta ambiciosa que visava facilitar as ultrapassagens e melhorar a competitividade nas corridas. No entanto, a realidade mostrou-se mais complexa. As equipes, em uma busca incessante por desempenho, conseguiram contornar várias das regulamentações criadas para controlar o fluxo aerodinâmico, resultando em desafios inesperados para a capacidade de seguir os adversários.
O impacto das regulamentações
As novas regras, introduzidas com o objetivo de aumentar a chamada “raceability”, foram inicialmente bem-sucedidas em 2022, permitindo que os carros seguissem com uma perda de downforce de apenas 15% a 10 metros de distância e 5% a 20 metros. Porém, em um ciclo de apenas três anos, esses números deterioraram-se significativamente, levando a uma perda de 65% e 20% respectivamente até 2025. Essa mudança gerou frustrações entre os pilotos e fãs, que esperavam uma corrida mais dinâmica.
Como as equipes contornaram as regras
Os engenheiros das equipes foram rápidos em identificar e explorar lacunas nas regulamentações. Um exemplo notável foi o design das endplates das asas, que permitiram a criação de um “outwash” indesejado, que, embora contrário às intenções dos reguladores, aumentou a eficiência aerodinâmica. A FIA, ao perceber essas manobras, tentou implementar ajustes, mas a falta de apoio entre as equipes dificultou a aplicação de mudanças significativas antes de 2026.
Os desafios da competitividade
Enquanto as mudanças nas regras visavam trazer uma maior competitividade, a realidade foi um misto de sucesso e fracasso. O campeonato de 2025 viu uma luta acirrada entre pilotos como Lando Norris, Max Verstappen e Oscar Piastri, mas também foi marcado pela dominação da Red Bull em 2023, que venceu 21 das 22 corridas. A média de desempenho entre as equipes diminuiu, com a Alpine apresentando uma desvantagem média de apenas 1,369%, o que representa um dos menores déficits do século.
A importância do teto orçamentário
Um dos fatores que permitiram a aproximação das equipes foi a introdução do teto orçamentário e a escala de testes aerodinâmicos. Embora essas medidas tenham sido implementadas antes das novas regras de 2022, elas foram cruciais para limitar os gastos e promover uma competição mais equilibrada. O teto orçamentário, que passou de 175 milhões para 135 milhões de dólares em 2025, ajudou a evitar uma corrida armamentista financeira entre as equipes.
Conclusão
Em suma, apesar das expectativas criadas pelas novas regulamentações de efeito solo, as equipes de F1 conseguiram, através de inovações e adaptações, contornar as regras estabelecidas. Enquanto a luta por melhorias na “raceability” não alcançou os resultados desejados, a implementação de um teto orçamentário e a competitividade mais equilibrada são legados positivos que podem moldar o futuro da Fórmula 1. Ao olhar para o que vem pela frente, as novas regras de 2026 prometem abordar alguns dos pontos fracos identificados, mas o desafio de equilibrar desempenho e regulamentação continua.
Fonte: www.the-race.com