Análise das consequências da redução de verbas para a ONU
Os EUA reduziram sua ajuda humanitária à ONU para apenas $2 bilhões, impactando milhões em necessidade.
A decisão dos Estados Unidos de cortar sua contribuição para a ajuda humanitária da ONU para apenas $2 bilhões em 2025 gera um impacto significativo em várias crises globais. Esse valor representa uma fração do que o país tradicionalmente destinava, que chegava a até $17 bilhões nos últimos anos. A administração Trump, que tem promovido cortes drásticos em despesas de assistência externa, justifica essa mudança como parte de um plano mais amplo de reestruturação do apoio internacional.
O impacto das reduções de ajuda
A redução da ajuda humanitária dos EUA ocorre em meio a críticas severas de especialistas e organizações não governamentais. Eles alertam que a diminuição do financiamento resultará em mortes e em um aumento da fome, já que milhões de pessoas perdem acesso a abrigo e alimentos. O novo valor de $2 bilhões será alocado para crises específicas em 17 países, incluindo Bangladesh, República Democrática do Congo, Haiti, Síria e Ucrânia. No entanto, notavelmente, o Afeganistão e a Palestina não estão entre os países contemplados nessa lista.
Repercussões globais
A ONU já se preparava para uma crise de financiamento, tendo lançado um apelo em dezembro para arrecadar $23 bilhões para 2026, metade do que é necessário para atender às necessidades globais. Críticos da administração Trump apontam que a destruição da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e a pressão sobre agências da ONU para “se adaptar ou morrer” podem levar a cortes drásticos em programas essenciais.
Em julho, a ONU anunciou que mais de 11 milhões de refugiados perderiam acesso a ajuda humanitária, uma consequência direta das reduções de financiamento. Com apenas 23% do orçamento de $10,6 bilhões recebido até aquele momento, a situação se torna cada vez mais crítica, com serviços básicos, como educação e saúde, em risco de colapso.
O futuro da assistência humanitária
Um alto funcionário do governo dos EUA, que preferiu não ser identificado, afirmou que o novo modelo de financiamento visa permitir que a agência humanitária da ONU (OCHA) tenha um controle mais rigoroso sobre a distribuição dos recursos. A administração Trump busca uma “liderança consolidada” entre as agências da ONU, uma mudança que pode afetar a maneira como a ajuda é gerida e distribuída globalmente.
Tom Fletcher, chefe da OCHA, criticou a apatia internacional diante das crescentes necessidades humanitárias, mas elogiou o novo acordo de $2 bilhões, afirmando que os EUA estão “demonstrando que são uma superpotência humanitária”. No entanto, o real impacto dessa redução de ajuda ainda está por ser avaliado, enquanto milhões enfrentam a perspectiva de uma crise humanitária sem precedentes.
Fonte: www.aljazeera.com
Fonte: Displaced people ride a an animal-drawn cart, following Rapid Support Forces (RSF