Aumento nominal não garante dignidade aos trabalhadores brasileiros.
Novo salário mínimo de R$ 1.621 começa em janeiro de 2026, mas é insuficiente para necessidades básicas.
A partir de janeiro de 2026, o salário mínimo no Brasil será de R$ 1.621, um aumento nominal de 6,79%. Entretanto, esse reajuste não se aproxima do valor necessário para uma vida digna, que o Dieese estima em R$ 7.067,18 para sustentar uma família de quatro pessoas. Essa diferença significativa levanta questionamentos sobre a adequação do novo salário mínimo frente às necessidades básicas da população.
A realidade do novo salário mínimo
O cálculo do Dieese considera despesas essenciais, como alimentação, moradia, saúde, educação, transporte, vestuário e lazer. Com o novo salário, muitos trabalhadores se vêem obrigados a fazer escolhas difíceis, como optar entre pagar o aluguel e comprar alimentos. Embora o aumento seja um passo, ele não resolve o dilema da sobrevivência para os que dependem do piso nacional.
Desde 2022, o valor básico necessário para viver chegou a R$ 7.067,68 em dezembro de 2024, destacando um histórico preocupante onde o salário mínimo sempre foi inferior ao que é considerado necessário para uma vida digna. A metodologia de reajuste, geralmente baseada na inflação e no crescimento do PIB, não vem acompanhando as reais necessidades da população.
Limitações do novo arcabouço fiscal
O novo salário mínimo foi estabelecido pela Lei 14.663/2023, mas com limitações impostas pelo novo arcabouço fiscal, que restringe o crescimento real das despesas a 2,5%. Essa regra, somada ao crescimento do PIB de 3,4%, resultou em um aumento que, embora positivo, ainda não atende ao que a Constituição determina como ideal.
Impactos econômicos do aumento
Apesar das limitações, o novo salário mínimo deverá ter um impacto significativo na economia. O Dieese estima que a elevação do salário mínimo injetará aproximadamente R$ 81,7 bilhões na economia, aumentando a renda e o consumo em 2026. Isso afetará cerca de 61,9 milhões de brasileiros que têm seus rendimentos atrelados ao salário mínimo, incluindo aposentados, pensionistas, empregados formais e trabalhadores autônomos.
Para os que dependem dessa quantia, o novo valor corresponde a R$ 54,04 por dia ou R$ 6,37 por hora, valores que ainda são insuficientes para suprir as necessidades diárias.
O aumento, embora positivo, revela um cenário preocupante em relação à continuidade das lutas por melhores condições de vida e trabalho no Brasil.
Fonte: www.moneytimes.com.br