Medidas visam recuperar a saúde financeira e garantir universalização do serviço.
Em meio a um déficit estrutural de R$ 4 bilhões, os Correios apresentam um plano de reestruturação.
Situação Financeira Crítica
Os Correios estão atravessando um momento desafiador, com um déficit estrutural que ultrapassa R$ 4 bilhões por ano. Essa crise financeira resulta, em grande parte, da obrigação de oferecer serviços postais em regiões remotas, onde os custos operacionais são elevados e a demanda é menor. Emmanoel Rondon, presidente da estatal, ressaltou que 90% das despesas são fixas, sendo a folha de pagamento responsável por 62% desse total.
Mudanças no Modelo de Negócios
A transformação no modelo de negócios dos Correios começou em 2016, quando a entrega de encomendas passou a dominar a receita, superando o envio de cartas. Rondon observou que essa mudança é uma tendência global, mas no Brasil, a dependência do monopólio das cartas em áreas urbanas já não é suficiente para suportar os custos com a universalização do serviço.
Acúmulo de Prejuízos
Os números são alarmantes: entre janeiro e setembro de 2025, os Correios já acumularam um prejuízo superior a R$ 6 bilhões, e os déficits desde 2022 já somam mais de R$ 10 bilhões. Sem intervenções, a previsão é de um resultado ainda mais grave, com um prejuízo projetado de R$ 23 bilhões para 2026.
Estratégias para Recuperação
Para enfrentar essa crise, a primeira fase do plano de reestruturação se concentra na recuperação do caixa até março de 2026. O presidente enfatizou a necessidade de uma correção de rota rápida, que inclui a revisão da governança e a definição de metas de desempenho para os funcionários.
Além disso, os Correios firmaram um empréstimo de R$ 12 bilhões com instituições financeiras, como Itaú Unibanco e Bradesco. Essa medida visa garantir a capacidade de pagamento da empresa e restaurar a confiança do mercado.
Fases Futuras do Plano
A segunda fase do plano abrange os anos de 2026 e 2027, prevendo uma reorganização do pessoal, parcerias estratégicas e um redesenho das operações, com expectativa de gerar um impacto positivo de R$ 7,4 bilhões. Rondon enfatizou que essas ações são cruciais para assegurar a sustentabilidade da empresa e a manutenção da universalização dos serviços postais no Brasil.
Com essas medidas, os Correios buscam não apenas equilibrar suas contas, mas também adaptar-se a um mercado em constante evolução, garantindo que todos os brasileiros, independentemente da localização, tenham acesso aos serviços postais necessários.
Fonte: www.moneytimes.com.br
Fonte: correios FII