A Nigéria enfrenta uma tragédia humanitária após inundações repentinas assolarem a cidade de Mokwa, no centro do país. As autoridades confirmaram neste sábado (31) que o desastre natural já causou a morte de mais de 150 pessoas, além de deixar milhares desabrigadas e um rastro de destruição. As equipes de resgate trabalham incansavelmente em busca de sobreviventes, enquanto a dimensão total da catástrofe começa a ser revelada.
As chuvas torrenciais, que atingiram a região na quarta e quinta-feira, provocaram o transbordamento do rio Níger, arrastando casas e submergindo comunidades inteiras. Ibrahim Audu Husseini, porta-voz da Agência de Gestão de Emergências do estado do Níger, descreveu a situação como crítica: “Mais de 150 pessoas morreram, 3.000 ficaram desabrigadas e 265 casas foram completamente destruídas, assim como duas pontes”. A correnteza forte do rio tem dificultado a identificação e recuperação dos corpos, elevando o temor de que o número de vítimas possa aumentar.
O presidente Bola Tinubu manifestou solidariedade às vítimas e garantiu que o governo está mobilizando recursos para auxiliar nos esforços de resgate e oferecer suporte aos desabrigados. “Materiais de socorro e assistência para abrigos temporários estão sendo enviados sem demora”, declarou o presidente em suas redes sociais. No entanto, a magnitude da destruição em Mokwa, localizada a mais de 350 quilômetros da capital Abuja, representa um desafio logístico significativo para as equipes de ajuda humanitária.
Além das dificuldades de acesso e comunicação, os socorristas enfrentam o risco de novos desabamentos, o que exige extrema cautela nas operações de busca. “Alguns corpos foram recuperados dos escombros das casas desmoronadas”, informou Husseini, acrescentando que suas equipes necessitam de equipamentos pesados, como escavadeiras, para remover os escombros e procurar por desaparecidos. Há relatos de famílias inteiras que perderam contato, como o caso de uma família de 12 pessoas, das quais apenas quatro foram localizadas até o momento.
A Cruz Vermelha da Nigéria, o exército, a polícia e grupos de voluntários se uniram à Agência Nacional de Gerenciamento de Emergências (NEMA) nos esforços de resgate e assistência às vítimas. Gideon Adamu, chefe da Cruz Vermelha do estado, informou que pelo menos 78 pessoas foram hospitalizadas. A Agência Meteorológica da Nigéria já havia emitido alertas sobre o risco de inundações repentinas em 15 dos 36 estados do país, evidenciando a vulnerabilidade da região a eventos climáticos extremos. Em 2024, enchentes já causaram mais de 1.200 mortes e 1,2 milhão de deslocados na Nigéria, de acordo com a NEMA.
Fonte: http://jovempan.com.br