O presidente Donald Trump demitiu, na sexta-feira, uma alta funcionária do Departamento do Trabalho dos EUA após a divulgação de um relatório considerado fraco sobre o mercado de trabalho. Trump acusou a autoridade, nomeada pelo ex-presidente Joe Biden, de manipular os dados, embora não tenha apresentado evidências que sustentem essa alegação.
O episódio eleva preocupações sobre a integridade dos dados econômicos divulgados pelo governo federal. A Secretaria de Estatísticas Trabalhistas (BLS) divulgou que a economia americana criou apenas 73 mil empregos em julho. Revisões dos meses anteriores mostraram 258 mil empregos a menos em maio e junho do que os dados inicialmente reportados. A taxa de desemprego subiu para 4,2% em julho.
Trump criticou a qualidade dos dados, afirmando que “precisamos de números de emprego precisos” e que a funcionária seria substituída por alguém “mais competente e qualificado”. A taxa de resposta às pesquisas do BLS caiu de 80,3% em outubro de 2020 para 67,1% em julho.
Adicionalmente, a renúncia inesperada da governadora Adriana Kugler do Federal Reserve (Fed) concede a Trump uma oportunidade antecipada de influenciar a composição do banco central. Kugler deixará o Fed ao final da próxima semana. A saída de Kugler permite que Trump nomeie um novo integrante para o Conselho de Governadores, o que pode abrir caminho para substituir o atual presidente, Jerome Powell.
O mandato de Powell como presidente do Fed termina em maio do próximo ano. Com a saída de Kugler, Trump pode nomear um novo governador para completar o mandato dela, que termina em 31 de janeiro de 2026. Esse governador pode ser indicado posteriormente para um mandato completo de 14 anos.
A demissão da autoridade do Departamento do Trabalho e a inesperada vaga no Fed agitaram o mercado de ações. O índice de referência S&P 500 caiu 1,6%, registrando sua maior queda diária em mais de dois meses.