Disputa Política em Macapá: Prefeito ‘Se Apropria’ de Obra do PAC e Desafia Governo Lula

A inauguração da ordem de serviço para a construção de uma policlínica em Macapá, conduzida pelo prefeito.

A inauguração da ordem de serviço para a construção de uma policlínica em Macapá, conduzida pelo prefeito Doutor Furlan (MDB), gerou desconforto dentro do governo federal. A iniciativa, financiada com recursos do Novo PAC e proposta pelo governador do Amapá, Clécio Luis (Solidariedade), despertou a irritação de aliados do presidente Lula, que veem na ação uma tentativa de apropriação política.

A polêmica levanta um debate sobre a visibilidade das ações federais nos estados e municípios. Lideranças governamentais expressaram preocupação com a possibilidade de gestores adversários capitalizarem sobre projetos que deveriam fortalecer a imagem do governo Lula, temendo prejuízos eleitorais futuros, mesmo com o controle da máquina federal. A necessidade de uma comunicação mais eficaz a nível local tornou-se um ponto crucial.

O evento promovido por Furlan em 17 de julho, conforme declarado pelo próprio prefeito, incluiu a assinatura da ordem de serviço para a policlínica, além de melhorias em uma escola local. Em suas declarações, Furlan mencionou a origem dos recursos do Novo PAC, creditando a conquista ao senador Lucas Barreto (PSD) e a deputados federais da ala bolsonarista, como Vinícius Gurgel (PL) e Sílvia Waiãpi (PL).

Curiosamente, o prefeito também mencionou uma “contrapartida do governo municipal” no projeto, sem detalhar a natureza ou o valor desse investimento. No entanto, a portaria do Ministério da Saúde referente à seleção de propostas do PAC indica que o governo do Amapá foi o proponente da policlínica, com um repasse federal previsto de R$ 30 milhões. A situação evidencia a complexidade das relações políticas em torno da execução de obras públicas.

Diante da situação, o governo federal busca estratégias para garantir que o impacto de seus investimentos seja reconhecido pela população, evitando que adversários políticos se beneficiem de projetos financiados com recursos federais. A disputa em Macapá serve como um alerta para a necessidade de uma comunicação mais assertiva e de um alinhamento estratégico com os aliados locais.

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